Fernando Meirelles, diretor do premiado ‘Cidade de Deus’, está prestes a lançar na Netflix o longa ‘Dois Papas’, com Anthony Hopkins e Jonathan Price, recém indicado a Melhor Filme de Drama no Globo de Ouro 2020.
Em entrevista ao programa ‘#Provocações’, que vai ao ar essa semana na TV Cultura, Meirelles fala sobre seu interesse em fazer um filme só com o Papa Francisco, de quem é grande fã. “Hoje ele é uma das vozes mais importantes e razoáveis. O mundo inteiro está com essa onda de populismo e nacionalismo. As pessoas querendo construir muros e ele quer construir pontes. Uma voz lúcida. Quero conhecer mais esse cara”, fala o cineasta.
Sobre a origem de sua trajetória, ele afirma: “Acho que sou um surfista na vida. Nunca fui de perseguir meus sonhos, ir atrás. Quando vinha a onda, eu surfava. Talvez essa seja minha história de vida: eu soube aproveitar as ondas”.
Outro assunto abordado foi a inquietação como característica do cineasta: “Tive muitos siricuticos na vida e, atualmente, meu maior siricutico é com a crise ambiental e do clima. Virou uma obsessão para mim. Não haverá futuro para a espécie”.
Meirelles encerra a conversa falando sobre a morte. “Hoje eu penso que vou morrer 10 vezes por dia. Todos nós carregamos uma bomba que vai explodir a qualquer momento”, diz ele, emendando: “A vida é algum barato mágico, que tem a ver com a biologia, que liga os átomos e faz um clic e desliga. É um relâmpago, um flash e foi”.
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