J.P foi atrás de lembranças de Natal – e também de Chanucá – de uma turma ligada na data. Aqui, memórias, dicas e costumes…
(Por Julia Furrer e Thayana Nunes para a Revista J.P)
Vera Egito, cineasta
“Lá em casa, o Natal sempre foi um jantar. Lembro de ir com meus irmãos à casa da minha avó, no Rio de Janeiro. Meu pai é filho único, então eram poucas pessoas na mesa. Adulta, agora aproveito para viajar”.
Gratidão
“A Gloria [filha dela] não tem irmãos e é a única menina em três gerações. Por isso, é paparicada com muitos presentes. O que eu mais queria é que ela entendesse a sorte que tem. Quero que tenha a consciência de que a maioria das crianças não ganha nada no Natal. Vou explicar tudo isso a ela mais para frente. Enquanto ela tem 3 anos, preservo seu direito de achar que o mundo é um lugar mágico e que a infância é uma época feliz”.
Menu
“Nunca entendi aquele colosso de comida, com várias opções de carnes e doces. Para a gente não faz sentido. Fazemos uma salada, um prato principal, sobremesa e vinho. É um jantar normal”.
Árvore
“Me recuso a colocar um pinheiro falso dentro de casa, é contra os meus princípios. Tenho muitas plantas e opto por enfeitar uma delas com luzinhas. A Gloria curte o momento de enfeitar e ver elas acesas”.
Bom velhinho
“Depois que minha filha nasceu eu e o Heitor [Dhalia, marido dela] passamos a colocar o presente de Natal ao lado de uma árvore para ela acordar e achar que o Papai Noel passou por ali. Não temos religião, então fazemos mais pelo lado lúdico da coisa”.
Low profile
“Lembro-me de um Natal com o Heitor em Nova York, antes do nascimento da Gloria. Encontramos duas amigas que estavam na cidade sozinhas e que, assim como nós, não comemoravam a data. Passamos a noite em um jantar divertido no Pastis, sem nenhum ritual”.
Patricia Viera, estilista
“Meu Natal mais marcante foi em 1989. Minhas filhas eram pequenas: a Andrea tinha 4 anos e a Marina, apenas 2. Como eu trabalhava em loja, pensava na data como um business, só queria vender. Mas, aquele ano, por causa das meninas, que estavam ansiosas e querendo comemorar, resolvi participar plenamente desse momento. Até contratei um Papai Noel. Estávamos na casa da minha sogra e, quando ele apareceu, as crianças ficaram loucas, nem por um segundo duvidaram que não era real. Aquela inocência me emocionou. Fazia tempo que eu não tinha essa visão pura, e ver a reação das minhas filhas me devolveu essa magia. A partir desse dia passei a me entregar ao espírito natalino”.
Mesa posta
“Na hora de decorar a mesa gosto de respeitar as cores do Natal. Uso vermelho, verde e branco. Flores são necessárias. Tenho sempre um lindo arranjo vermelho”.
Look
“Claro que gosto de vestir algo bonito, afinal, é uma noite especial. Mas como é um momento entre crianças, acho que o conforto deve ser prioridade. Este ano vou usar uma saia da minha marca colorida com camisa branca”.
Presente
“Lembro perfeitamente da primeira boneca que dei para a Andrea. Foi a primeira vez que ela entendeu o que estava ganhando e ver a carinha dela me fez muito bem. Gosto muito de satisfazer o desejo das crianças nessa época. Acho que a data é para elas”.
Tradição
“Sinto que os preparativos tornam a data mais gostosa. Preparo a mesa, capricho na decoração e faço questão de comprar um enfeite novo para a árvore a cada ano”.
Agenda da noite:
Talho Capixaba: “É lá que eu encomendo vários elementos da minha ceia. Fios de ovos e peru fatiado”.
Rosângela Loureiro: “Faz todos os bolos e doces do meu Natal”.
Girassol Flores: “Sempre que preciso de flores ligo para eles, que fazem meus arranjos há mais de 20 anos”.
Mendel Begun, rabino
“Nós, judeus, comemoramos na mesma época do Natal o Chanucá, que marca a festa da consagração ou das luzes, com oito dias de duração. É uma comemoração muito querida na comunidade, com atividades em família nas sinagogas, nos centros comunitários, nas visitas que fazemos a hospitais e a qualquer local onde possa haver uma pessoa precisando de luz”.
Festa
“Temos o costume de cada um acender seu próprio candelabro, conhecido como chanukia, com óleo de oliva, o que torna a celebração mais especial”.
Memória
“Lembro-me de um Chanucá especial, quando estávamos acampados no topo de uma montanha com 20 alunos de uma ONG que acolhe crianças de rua. Após a atividade noturna, foram todos dormir. Eu acendi minha vela (parte do ritual). Quando o grupo percebeu, quis entender o motivo: expliquei com todos sentados sob o céu estrelado e a luz da vela brilhando em seus rostos”.
Banquete
“A festa tem algumas comidas típicas como sonhos e uma panqueca especial feita com batata ralada (latkes), que pode ser comida doce ou salgada. Como a tradição é de que enquanto as velas estão acesas todos ficam reunidos ao redor dela, obviamente que a degustação é um dos momentos marcantes da celebração”.
Receita de latkes de batata
Ingredientes:
5 batatas grandes descascadas
1 cebola grande
3 ovos
1/3 de copo de farinha
1 colher de chá de sal
1/4 colher de chá de pimenta-do- reino
Óleo para fritar
Modo de preparo:
Limpe as batatas e a cebola em uma peneira com água corrente e seque. Rale-as em um processador. Adicione os ovos, a farinha e os temperos e misture. Aqueça o óleo na frigideira. Abaixe o fogo e coloque uma colherada grande da massa por vez. Frite por aproximadamente cinco minutos até dourar. Vire e frite por mais dois ou três minutos. Remova da frigideira e retire o excesso do óleo com um papel-toalha.
Luciana Gelfi, sócia do Bossa Nova Decoração e da Bossinha Festas
Paixão
“Eu amo Natal desde criança. Fico o ano inteiro esperando esse clima de magia e sempre me animo para arrumar a casa e reunir amigos e família. Agora com filhos, a data tem um sabor ainda mais especial”.
Pinheiro
“Compro minha árvore em um sítio perto de São Paulo. As naturais dão mais trabalho, mas deixam um cheirinho de Natal na casa. Depois das festas, replanto no jardim”.
Décor
“Capricho na decoração das mesas. Uso pirulitos, balas e sempre coloco algumas luzinhas para dar um clima. Gosto de deixar os lugares marcados e preparar surpresas para cada um dos convidados”.
Som
“Adoro colocar músicas temáticas no volume máximo enquanto monto a árvore ou preparo a decoração junto dos meus filhos. A que mais ouvimos é a do filme ‘Mamma Mia!’, que nos faz dançar pela sala”.
Todo ano
“Costumo fazer um jantar para alguns casais de amigos e peço sempre que cada um conte como foi o ano que passou e o que espera do que está por vir. Escrevemos nossos pedidos em um livro, lacramos com cera de vela e 12 meses depois conferimos o que foi realizado”.
Miniatura
“Gosto de fazer uma festa só para as crianças. Reúno os amigos da escola e os filhos das minhas amigas para contar histórias e montar o presépio juntos”.
- Neste artigo:
- Chanucá,
- Luciana Gelfi,
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