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Brenda Valansi, Vanda Klabin, Mara Fainziliber e Mari Stockler na ArtRio || Créditos: Juliana Rezende
Brenda Valansi, Vanda Klabin, Mara Fainziliber e Mari Stockler na ArtRio || Créditos: Juliana Rezende

Não dá pra fechar os olhos: a ArtRio – que abriu para convidados nessa quarta e para o público nessa quinta – encolheu, e muito. Se nas edições passadas a feira ocupava vários armazéns no Pier Mauá, agora cabe em um pavilhão da Marina da Glória. Depois de bater um papo com Beatriz Milhazes sobre o novo formato, fomos conversar com a curadora de arte Vanda Klabin, Brenda Valansi, uma das sócias do evento, e Mari Stockler, artista que também coordena a galeria Carpintaria.

Com a palavra, Mari: “Menos é mais. Com a feira menor, a qualidade está melhor, a vara está mais alta”. Mas sobre a ArtRio não ter mais a presença das megagalerias internacionais… “Acho que o diálogo com as galerias de fora é válido, a gente precisa…  Ainda mais o Rio, no estado em que está: precisa se comparar. A gente tem que subir os critérios, aumentar o rigor nos acabamentos, então é importante ver o outro, como esse tipo de galeria trabalha, toca o negócio, quais são as dinâmicas”.

Especificamente sobre a crise… “É patente a situação inacreditável em que o Rio está, mas a postura de sentar, chorar e ficar de vítima é a pior possível. Tem que ser guerreiro, abraçar, trabalhar mais, melhorar mais a qualidade. Os colecionadores têm mais critérios. A crise é uma oportunidade para crescimento. Na adversidade é que a gente melhora. Não é questão de peneirar, você fica menos disperso, mais concentrado. Não está sobrando, então é preciso saber que as oportunidades que aparecem são únicas, tem que estar focado, um esforço danado para aquilo acontecer. Acho que temos que aproveitar esse momento difícil para uma transformação”.

Vanda Klabin também tem uma visão positiva. “Acho importante que exista a permanência das feiras de arte em um ano em que estamos passando por várias crises no Brasil, mas os artistas continuam produzindo e o evento reflete muito isso. Está um pouco menor, mas as principais galerias daqui estão presentes. Tudo está mais fácil de se ver… Estou gostando imensamente. A crise é sempre um desafio: como vamos fazer se não houver financiamento? Trabalho muito com exposições institucionais… Como o Rio tem a pior crise financeira do Brasil, fiz exposições em Vitoria, Belo Horizonte, Curitiba. As institucionais estão com verba mais curta então as discussões estão muito grandes em torno da arte, da cultura… e da política. O dinheiro não está sendo irrigado para o ministério da Cultura, então tudo está complicado”.

Brenda Valansi está orgulhosa. “Estou recebendo um feedback superpositivo, expositores e colecionadores felizes com a nova localização, negócios acontecendo. Está dando tudo certo, que bom. Acho que neste ano a ArtRio chegou num tamanho ideal de feira. Venho fazendo um trabalho que se adeque ao máximo ao mercado brasileiro. Nosso intuito é de fomentar a arte brasileira no mundo. Já trouxe as galerias internacionais [em edições passadas], acho que agora é o momento de focar em trazer os colecionadores internacionais. Eles vieram, estão deslumbrados”.

“A ArtRio desde o início foi um grande desafio, uma ideia inovadora em uma cidade muito burocrática, difícil de conseguir as coisas. Mas tenho excelentes parceiros, que sempre me ajudaram. É um sonho, então não tem como desistir. Tem uma frase que adoro: não existe não conseguir, e sim desistir antes. Como não desisto, consigo”. (por Michelle Licory)

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