Uma disputa envolvendo o rabino Elie Abadie e Lily Safra, viúva do falecido banqueiro Edmond Safra, custou ao religioso o emprego dele como chefe da Edmond J. Safra Synagogue, localizada no Upper East Side de Nova York. Abadie, que reside em um apartamento de US$ 3,5 milhões (R$ 11,2 milhões) que pertence à instituição e recebia US$ 700 mil (R$ 2,2 milhões) de salário por ano, não aceitou uma regra proposta a ele pelos diretores da Edmond J. Safra Philanthropic Foundation (EJSFF) – mantenedora da sinagoga e presidida por Lily – que exigiram dele o compromisso de dar aulas durante alguns dias da semana por lá para que seu contrato fosse renovado.
O acordo venceu há oito anos, período em que Abadie continuou sendo pago normalmente, mas estranhamente só começou a ser renegociado no fim do ano passado. Na mesma época, Lily descobriu que Abadie prestou serviços de consultoria para o Moise Safra Communiy Center, o centro judaico que leva o nome do irmão de Edmond e é mantido pelo filho dele, Edmond Moise Safra. Ao saber disso, a bilionária – que nunca se deu muito bem com os irmãos de Edmond – teria se sentido traída e então exigiu a cabeça do rabino
O caso foi parar na justiça americana e agora Abadie exige uma indenização de US$ 20 milhões (R$ 63,8 milhões) por ter sido, segundo ele, demitido sem justa causa, e também o direito de propriedade do apartamento, onde ele ainda mora. Nos papéis do processo, os advogados da EJSFF classificaram as demandas dele como “pura extorsão”. (Por Anderson Antunes)