Alexandre Herchcovitch apresentou a coleção masculina de inverno nesta quarta-feira e, se na feminina as drásticas mudanças climáticas foram representadas nas roupas, para a masculina, Alê se inspirou no pós-apocalipse, e abriu o desfile com homens usando capas prateadas e capuz com óculos e bandanas – peças indispensáveis para repelir o calor que está sendo sentido nos corredores da Bienal e que, segundo os mais pessimistas, enfrentaremos no futuro.
* As jaquetas metalizadas e os casacos com recortes tecnológicos – que misturam tecidos, texturas e estampas – chamam a atenção. As sobreposições dão a entender que o que os modelos estão vestindo são restos de outras peças, achados em pleno caos. Por isso, o acabamento rústico e a intenção de transmitir algo perigoso, como se uma bomba tóxica ou uma usina de radiação estivesse prestes a explodir.
* A trilha usada deixou os convidados angustiados, como se algo pudesse acontecer assim que o desfile terminasse. Uma agressividade no ar deixou claro que é preciso estar confortável para a tragédia que está a caminho. Por isso, as calças molengas, os trenchs plastificados e com mil bolsos, deixando a roupa utilitária e pronta para qualquer parada.
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