O comentário de um analista econômico bastante respeitado em Wall Street levou as ações da holding que controla o Snapchat a desabarem quase 9% no pregão de terça-feira, dando início a um movimento de baixa que continua nesta quarta-feira, com os papéis negociados na NASDAQ operando em queda de quase 3%. O responsável pela mais nova dor de cabeça de Evan Spiegel, cofundador do app de troca de mensagens instantâneas, é Michael Nathanson, que escreve sobre o mercado de capitais para a consultoria MoffettNathanson. Na segunda-feira, ele divulgou um relatório no qual “zomba” da promessa recente que o bilionário fez aos colaboradores, a quem disse que o Snap se tornará lucrativo já a partir de 2019, depois de anos seguidos divulgando resultados no vermelho.
“Acho muito difícil”, escreveu Nathanson, sugerindo ainda que dessa vez Spiegel abusou do “wishful thinking” (“vontade de acreditar”). “O Snapchat está quase que totalmente sem recursos financeiros para investir, e ainda não apresentou soluções viáveis para reverter essa situação”, completou. À parte os problemas de grana, o analista também comentou a possibilidade de que outras empresas do mundo tech eventualmente comprem o negócio de Spiegel e a classificou como “pouco provável, quase impossível”. “Os candidatos mais fortes são o Facebook e o Google, mas ambos seriam acusados de tentar formar um monopólio. E a chinesa Tencent já é sócia com 12%, e seria bloqueada pelas autoridades [em uma eventual tentativa de aumento no capital] por questões de segurança”.
Nathanson, no entanto, não descartou a hipótese de que a Amazon possa estar pensando no assunto, apesar de que provavelmente a gigante do comércio virtual só daria “o bote” a partir de meados do ano que vem, quando a Snap Inc. corre o risco de ficar com o caixa zerado e, portanto, seria a presa ideal. E quem seria o culpado por tudo isso? Para Nathanson, só existe um nome: Mark Zuckerberg, cofundador e CEO do Face, que “copiou descaradamente o Snapchat para criar o Stories do Instagram e, com isso praticamente liquidou o concorrente”. E pensar que há cinco anos o todo-poderoso das redes sociais ofereceu para Spiegel US$ 3 bilhões (R$ 11,2 bilhões) em dinheiro pelo aplicativo que há não muito tempo era considerado a menina dos olhos em seu segmento, só pra ouvir um sonoro “NÃO” como resposta. (Por Anderson Antunes)
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