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Por Michelle Licory

America Cavaliere, 26 anos, trabalha como assistente de Luciana Caravello na galeria de arte dela, em Ipanema, há 2, desde que se mudou de São Paulo para o Rio, por amor. “Vim porque casei”, contou, dentro de seu escritório. O marido, Guilherme Gross, ela não conheceu em uma exposição… “Estava passando um fim de semana carioca com uma turma. E fez um dia raro de long board no Leblon. Pedi a prancha dele emprestada. Ele adora falar que foi uma desculpa minha para me aproximar, mas juro que não era a intenção. Eu era a paulista maluca, mas deu tudo certo. E cá estamos. Mas nunca mais subi em uma prancha. Ele foi surfista profissional por 10 anos [hoje trabalha no laboratório farmacêutico da família]. Mudou o padrão pra mim. Ele arrasa”, brinca.

Maria parafina, sim

Ao escutar essa história, já dá até para se imaginar em um clipe da música “Pop Star”, do Lulu Santos… Mas a mãe de America, a historiadora de arte Cynthia Garcia, não tinha nenhum preconceito com surfista. Pelo contrário. “Ela sempre foi entusiasta do surfe. Acho que foi quem plantou essa sementinha de maria parafina em mim. Minha mãe morou fora… Meu tio pegava onda e eles iam juntos para o Havaí. Quando eu tinha 16 anos, ela me deu um livro da Taschen sobre a história da cultura do surfe. É tudo culpa dela!” E America finaliza: “Meu marido também adora arte. Nossas viagens são sempre assim: arte e surfe. Temos ido bastante a Portugal, que tem altas ondas e altos museus. Mas a gente não planeja nada: vai só com a passagem de ida e de volta. Nunca se sabe quando o swell pode entrar.”

Senhora do lar

E como é a rotina da moça? “Acordo, faço ginástica e venho trabalhar de bike. Moro no Leblon… Amo essa vidinha de Rio de Janeiro. Tem gente na rua. Não é todo mundo dentro do carro. Corro na areia, ando no calçadão. Vejo criança, cachorro… Aqui na galeria eu vendo e fui tomando responsabilidades pra mim, fazendo cada vez mais coisas. Além disso, curso Filosofia da Arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Fora a minha função de senhora do lar. Gosto de tudo bonitinho e organizado. Me cobro isso. Cozinhar… Bom, por obrigação é muito chato. Mas só quando dá vontade é gostoso.” O que ela gosta de colecionar? “Tenho uma queda por papel. Não é o ideal para Brasil. Tem que tomar cuidado. Mas gosto da textura do papel. Também adoro mobiliário, design… Coisas belas. Mas não sou colecionadora. Tenho algumas coisinhas.”

Família de hedonistas

A gente quis saber como foi despertado esse interesse de America pelas artes. “Através dos meus pais, que me introduziram desde que nasci. Tem foto minha no carrinho, passeando na Bienal de 1987. Meu pai [Ronald Cavaliere] é arquiteto. Foi arquiteto da Fundação Bienal de São Paulo. Ele que reformou, que refez o projeto do Niemeyer do prédio, que tinha sido todo depredado durante a ditadura, abrigando exposição de carro, de cavalo, sem cuidado algum. Minha mãe se formou em História da Arte em Florença… Escreve sobre moda, arte e arquitetura. Sempre convivi muito com esse universo. Desde pequena, as pessoas ficavam impressionadas: eu já sabia de que artista era cada obra. E minha escola [americana] tinha uma parte de arte muto boa. Não era uma aula de arte qualquer. Somos uma família de hedonistas. A gente gosta muito dos prazeres, do belo. Meu irmão [Pedro Cavaliere] é produtor musical nos Estados Unidos – e só tem 20 anos. Meu pai é gourmant… Mas eu fiz faculdade de Relações Internacionais. Me interesso muito por política e economia. E trabalhei com moda… Fiz um curso rápido de Mercado de Moda em Nova York. ”

“Memé, não quer trabalhar?”

Sim, para quem não sabe ela já foi da equipe de Natalie Klein. “Por muito tempo… Uns cinco anos. Comecei com 17. Fui passar na loja para agradecer um presente que ela tinha mandado pra minha mãe. E a Natalie perguntou: ‘Memé, não quer trabalhar?’ Entrei como assistente de vendedora, mas disse que aceitava esse cargo que ela tinha inventado pra mim se eu pudesse trabalhar direto com ela. Na primeira edição do São Paulo Fashion Week, eu raspava sapato de modelo no backstage.”

Sem goleiro

Planos futuros? “Casei nova, com 24, mas quero filho daqui a pouco. Não sei, quem sabe ano que vem. Acho muito estranho isso de falar: ‘ah, vou engravidar agora’. Não quero essa paranoia. Você tira o goleiro e deixa fluir.” Vem ver as fotos que fizemos de America na galeria de arte aqui embaixo!

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