Alvo de acusações de assédio sexual em matéria bombástica publicada na quinta-feira pelo “The New York Times”, Harvey Weinstein contratou o advogado Charles J. Harder para processar o jornal por calúnia e difamação. Harder, que atua mais em Los Angeles, é o mesmo que conduziu a polêmica e bem sucedida ação multimilionária movida por Hulk Hogan contra o Gawker, que publicou um vídeo íntimo do ator e lutador de luta livre há alguns anos, e culminou com a decretação de falência do famoso site americano em 2016.
Assinada pelas jornalistas Jodi Kantor e Megan Twohey, a matéria do “Times” inclui relatos de ex-assistentes de Weinstein – cofundador da Miramax e da The Weinstein Company e um dos homens mais poderosos e bem relacionados de Hollywood – e até de famosas, como a atriz Ashley Judd. Todas afirmam ter sido vítimas da “conduta imprópria” dele no ambiente de trabalho e, em alguns casos, até de abusos sexuais cometidos pelo produtor, que é casado com a estilista e cofundadora da Marchesa Georgina Chapman.
Em nota, Harder negou que isso seja verdade e disse ainda que Kantor e Twohey ouviram a versão dele durante a apuração dos fatos, inclusive com depoimentos de testemunhas que defenderam Weinstein, mas não a incluíram em sua reportagem. No mesmo comunicado, o bambambã do cinema reconheceu ser um homem de outra época que cometeu erros no passado mas está fazendo o possível para melhorar, e que vai dar um tempo no trabalho para fazer terapia.
Segundo o “New York Post”, Weinstein espera receber até US$ 50 milhões (R$ 158,6 milhões) em indenização do “Times”, dinheiro que pretende doar para ONGs ligadas à luta pelos direitos das mulheres. A propósito, a advogada Lisa Bloom, uma das mais famosas ativistas dos direitos femininos nos Estados Unidos, também integra o time de defensores dele. (Por Anderson Antunes)