Se alguém ainda tinha dúvida de que a indústria de varejo tradicional é uma das mais afetadas pelo crescimento das vendas online e, conforme prevê a maioria dos especialistas nesses temas econômicos, eis mais uma prova de que essa turma pode estar mesmo certa: um dos maiores símbolos de consumo para os americanos, a Barneys de Nova York poderá ter sua falência decretada em breve.
Com 27 pontos de venda nos Estados Unidos, sendo os mais famosos os de NY, a rede de lojas de departamento enfrenta sérios problemas financeiros por causa dos aumentos relativos aos altos valores de aluguel que paga para ocupar cada um desses endereços. Só o da Madison Avenue, que fica no coração da cidade, saltou de US$ 16 milhões (R$ 59,9 milhões) para US$ 30 milhões (R$ 112,3 milhões) por ano na última renegociação contratual.
O problema é que a Barneys, cujo dono é o investidor Richard C. Perry, não tem gerado receitas na mesma velocidade, e em razão disso cogita pedir recuperação judicial para contornar um eventual colapso de seu caixa, conforme um comunicado que divulgou na última sexta-feira. A situação é tão delicada que algumas marcas famosas estão evitando despachar seus pedidos para a rede, com medo de ficarem a ver navios na hora de receber.
Fundada em 1923 por Barney Pressman, a Barneys se tornou um paraíso do luxo e uma das principais vitrines para as grandes grifes, e em 1976 passou a abrigar a primeira boutique de Giorgio Armani nos EUA. Transformada em ícone por Hollywood, era um dos points favoritos das personagens de “Sex and the City”. Em 1996, no entanto, a varejista icônica já havia decretado falência e só não foi extinta porque fechou a maioria de suas lojas. (Por Anderson Antunes)
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