Alinne Moraes é a vilã de “Espelho da Vida”, próxima novela das seis da Globo. E a malvada é do tipo rancorosa, viu? Já Alinne… “Não carrego nada de ruim. Se tem alguma coisa me fazendo mal, eu vou pra terapia, ou tento resolver… No trabalho ou na família. Tento, não, eu resolvo. Sou bem prática, viu? Se depende de mim, resolvo. Sou muito fácil de perdoar. Muitíssimo. Na verdade, quase nem preciso perdoar porque já vejo que não é problema nenhum. Se você faz qualquer mal contra mim, não tenho que te perdoar, não. E nem que não olhar pra você. Não existe esse lugar. Só somos diferentes. E vou te respeitar, pode ter certeza. Isso é o básico. Se fizer o bem, o bem volta pra você. Independente do que você acredita. Não é religião, é meio matemática, mesmo”.
“Meu pai ligou pra Globo pra tentar me conhecer”
Quer uma prova da sinceridade do que ela disse aqui em cima? “Meu pai ligou pra Globo pra tentar me conhecer quando eu tinha 22 anos. Eu fui [ele morreu meses depois]. Eu poderia não querer porque ele nunca tinha ido atrás de mim, mas lembro que, quando era pequenininha, já falava pra minha mãe: ‘Acho que ele era muito novo. Quanto mais o tempo passa, mais fica difícil pra ele’. Sempre tive isso dentro de mim. Eu poderia ter ido por um caminho, fui por outro e isso me fez ser atriz: saber me colocar no lugar do outro”.
“Força do bem”
Sim, esse é o pensamento de alguém bem evoluído, mas a atriz não fica filosofando sobre essa questão de karma, outras vidas… “Quando eu era mais jovem e não tinha muita coisa na minha cabeça, uma casa, uma empresa, filho novo pra dar conta, nem essa responsabilidade toda no trabalho, eu realmente pensava muito sobre isso. Já fui espírita, católica. No meu momento atual, eu acredito mesmo é na força do bem. Se você faz o bem, entende o outro, faz com o outro só o que gostaria que fizessem com você, está tudo certo. As coisas vem… Não quero saber o que vai acontecer no futuro comigo, tá tudo certo. Não vou atrás. Pode-se dizer que pensar no bem neutraliza o mal… Mas tenho tantas outras preocupações que se existe vida após a morte, se minha relação com meu marido é de outras vidas… Já vivo um mundo tão fantástico no trabalho que não tem motivo… Sinto pouca falta disso. Deixa esse assunto pra quem sente falta…”
“Não me vejo com mais filhos”
Outra coisa que Alinne não pensa: dar um irmão para Pedro, fruto do seu casamento com o cineasta Mauro Lima. “Não penso mesmo. Parei. Minha mãe é filha única, eu sou filha única. Se vier essa vontade, só se for mais pra frente. Não me vejo com mais filhos. Eu e meu marido, a gente se vê com um filho só”.
“Tenho medo de ficar plastificada”
Sabe o que a atriz também não pretende? Fazer plástica. “Faço laser de cristal. Botox não quero fazer. Ainda mais vilã: preciso de todas as expressões. Tenho medo de ficar congelada, plastificada. Muito! Ou da boca ficar meio assim [fala fazendo beiço], toda cagada… É que sempre tive boca grande quando pequena, sofri muito bullying. Agora já me acostumei. Mas a gente vai perdendo a boca com a idade. Já vieram me dizer isso. Uma dermatologista disse! Mas eu não quero mexer na minha boca de jeito nenhum. Outro dia postei uma foto e comentaram: ‘Mas o que está acontecendo com a Alinne que está perdendo a boca carnuda?’ Mas fazer o que? A vida é assim. A gente vai perdendo umas coisas, outras vão chegando e que sejam bem-vindas. Acho arriscado mexer, nem sempre dá certo”.
“Faço um rabo de cavalo, nada de maquiagem”
Já que o papo mudou para beleza… “Uso sabonete neutro, demaquilante sempre, muita vitamina C, protetor solar 50, inclusive no pó compacto… Quando não estou trabalhando, descanso a pele e o cabelo. Faço um rabo de cavalo, nada de maquiagem… E você só vai me ver andando na rua assim. Pra tratar o cabelo só uso ampolas muito rápidas de um minuto no banho”.
“Não consigo nem 40 minutos”
Exercícios? “Faço alongamento duas vezes por semana com meu marido em casa. Chamei um professor incrível para o Mauro e comecei a fazer junto. Mais do que isso não tenho conseguido. Tem as viagens a trabalho, e estou fazendo duas personagens na novela [são duas encarnações]… Fora desses dias não consigo nem 40 minutos para malhar, por incrível que pareça. Sempre fui mais magra. Se paro de fazer exercício, a tendência é emagrecer. Tenho que ficar ligada”.
“É quase esquizofrênico”
Em tempo: sobre fazer duas personagens… “Falo pro Pedrinho [Vasconcellos, diretor da novela] que é quase esquizofrênico. Eu meio-dia estou fazendo 1930 e 18h, 2018. E ainda tem a minha vida particular… É muito louco, desafiador, e um treinamento muito bom de como entrar e sair de personagem rápido. E elas são pouco diferentes… Em 1930 a gente entende por que a de 2018 é assim tão má, capaz até de matar”. (por Michelle Licory)
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