Sempre atentas ao gosto de seus clientes hipsters, algumas marcas independentes de moda de Nova York, daquelas que são “cool” justamente por serem desconhecidas, estão ganhando dinheiro como nunca com o novo “must have” desses tempos de pandemia: máscaras. Apesar das críticas vindas de todos os lados sobre a produção daquele que já é tido como um acessório de moda em meio à maior crise sanitária do nosso tempo, o que é visto por muitos como puro e simples oportunismo, muitas dessas marcas chegam a cobrar centenas de dólares por suas máscaras hypadas, que de diferente nada mais têm do que tecidos um pouco mais caros ou, em alguns casos, o fato de que são feitas sob medida para quem as compra (e até via chamadas de vídeo pelo Skype, com aplicativos que permitem medir exatamente o tamanho dos rostos das pessoas).
Dono de um muito bem frequentado atelier que fica no Brooklyn, o alfaiate americano Yosel Tiefenbrun é um dos que estão faturando alto com a inusitada tendência fashion. Judeu ortodoxo, ele cultiva há anos uma enorme barba, e um dos modelos de máscara que criou foi pensado exclusivamente para homens que ainda não tiveram a coragem de tirar as suas, conforme é a recomendação da Organização Mundial de Saúde, com um tecido que não “pinica” e, portanto, causa menos coceira em que os usa. “Todos queremos nos proteger, mas já que vamos ter que fazer isso de qualquer jeito, pelo menos que seja feito com estilo”, Tiefenbrun, de 30 anos, disse em entrevista ao “New York Post”.
Acostumado a fazer ternos completos com uma pegada mais “vintage” pelos quais chega a cobrar US$ 8 mil (R$ 43,6 mil), Tiefenbrun ultimamente tem vivido só de fazer máscaras, e seus modelos custam entre US$ 50 (R$ 274) e US$ 300 (R$ 1,6 mil). Nascido em Nova York e criado em Londres, onde estudou na renomada Savile Row Academy, o fashionista garante que recebe encomendas até de fora dos Estados Unidos. “Estou trabalhando em tempo integral, praticamente, e sinto que criei um novo negócio meio que sem querer”, Tiefenbrun contou ao “Post”. “Antes as pessoas diziam que sapatos eram a coisa mais importante, mas isso mudou. Mas agora todo mundo quer comprar máscaras. E elas vieram pra ficar”, completou. (Por Anderson Antunes)
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