A expressão é repetida no mundo corporativo como um mantra, propagada como um abracadabra, ora sussurrada entredentes, ora gritada a plenos pulmões. Seja como for, nem todos que a difundem sabem direito do que se trata. “Transformação digital”, a tal expressão, não significa simplesmente alterar um ou outro processo administrativo, transferir dados para a nuvem, atualizar o ERP com o melhor fornecedor do mercado. É preciso mais. “Todas as empresas terão de ser, em sua essência, empresas de tecnologia”, disse Marc Andreessen, o homem que criou o Mosaic e ajudou a moldar a internet do jeito que conhecemos.
Andreessen talvez não tenha ido tão longe na reflexão, mas resta saber se as empresas de tecnologia vão permitir que as companhias de outros setores tenham tempo de se tornar empresas de tecnologia. Exemplos? Google e Facebook como recipientes da maior parte do investimento de mídia da Terra; Amazon com o dobro do valor de mercado da Walmart, uma varejista que emprega mais de 2 milhões de funcionários; fintechs tornando-se os novos bancos até mesmo em países em que a concentração do setor passa longe de padrões razoáveis. “Se uma firma não tem uma maneira única de criar valor por meio da coordenação de transações e atividades, ela está condenada à extinção”, diz Denis Balaguer, diretor do Centro de Inovação da EY, que vem ajudando empresas e corporações mundo afora a colocarem os dois pés na transformação digital. “A única chance está na completa reinvenção do negócio ao redor de uma nova arquitetura, que é, em sua natureza, digital.”
Para fazer frente a esse momento tão conturbado, ainda que inspirador, é preciso fazer convergir estratégia, inovação e engenharia de sistemas.
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