Parece que a oposição paulistana escolheu seu candidato à Presidência. Ao contrário do que ocorreu nessa terça-feira com Eduardo Campos, o Teatro da Folha estava lotado na manhã desta quarta-feira para a sabatina com Aécio Neves promovida pela Folha de São Paulo e pelo UOL em parceria com o SBT e a rádio Jovem Pan. Na primeira fila, José Serra e José Aníbal, poderosos tucanos que não costumam andar juntos, além de outros nomes da cúpula do partido no estado, como o vereador Floriano Pesaro. Andrea Matarazzo escoltou Aécio durante a saída, mantendo-se ao seu lado enquanto ele falava com o batalhão de repórteres presentes – Serra ficou mais para trás, cercado por outros jornalistas.
Aécio aumentou ainda mais o tom contra o governo de Dilma Rousseff e chegou a dizer que o governo dela e de Lula estariam à direita devido aos recordes de lucratividade dos bancos, enquanto o de Fernando Henrique Cardoso seria de esquerda por ter colocado 97% das crianças na escola, o que demonstraria que os conceitos de direita e esquerda estão ultrapassados. Mas com Eduardo Campos, o tom foi mais do que ameno: “Vocês não vão conseguir me fazer brigar com Eduardo, que é meu amigo e com quem terei que conversar mais adiante para discutir o Brasil, caso eu seja eleito. Ele pode até querer, mas não vai conseguir brigar comigo”, disse, lembrando que Campos apoia Geraldo Alckmin e Beto Richa, ambos do PSDB, aos governos de São Paulo e Paraná, respectivamente.
Incomodado com perguntas sobre escândalos do governo FHC, ou mesmo com comparações de índices em que o tucanato se saiu pior do que a administração petista, o candidato não desenvolvia a resposta, pedindo sempre: “vamos pensar daqui pra frente”. Quando a pergunta foi o uso da imagem de Fernando Henrique na campanha, impopular nas pesquisas de opinião, o mineiro limitou-se a lembrar que o ex-presidente já está fazendo campanha e que “a convivência com ele é uma das mais enriquecedoras e tem sido a melhor experiência dessa corrida. Como dizia o pensador espanhol Baltasar Gracian, ‘se você não puder ter todo o conhecimento do mundo, cerque-se dele’”. Sobre os temas para os quais não tinha resposta pronta, dizia “sinceramente, precisamos aprofundar esse debate, que será feito no momento certo”.
Alguns momentos da sabatina:
* “O governo do PT toma medidas impopulares, eu buscarei criar o crescimento sustentável para nos tirar do processo inflacionário em que nos encontramos”.
* “Os programas sociais não só serão mantidos como aprimorados”.
* “Faremos novas regras de negociação com os médicos cubanos. É necessário equiparar os salários com os brasileiros e submetê-los ao Revalida. A reforma da saúde é muito mais ampla que o Mais Médicos, o programa não é a panaceia que tentam vender”.
* “O que fiz em Minas está aí e quero fazer com o Brasil. É o estado que tem a melhor educação básica do país e o que mais avançou em parcerias com o setor privado”.
* “Não vamos falar de passado, vamos pensar daqui para frente”.
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