Adriana Varejão, uma das brasileiras mais valorizadas no mercado internacional das artes plásticas, anda insatisfeita com a política tributária do governo. “Preciso falar sobre a alíquota de importação. Arte não pode pagar o mesmo imposto que maquiagem. Se você quiser repatriar uma Tarsila do Amaral, tem que desembolsar uma fortuna. Isso é ridículo e precisa ser revisto.”
* Adriana coleciona obras de colegas. “Comecei fazendo permutas: trocando as minhas pelas de outras pessoas, gente nova.” Mas e o valor agregado de uma peça com sua assinatura? “Eu dou até de presente, e para quem ganha o valor é ter sido feita por mim, e não o custo no mercado. Claro que não dou uma pintura. Isso porque produzo poucas por ano e trabalho uns dois meses nela. Mas também faço fotografias, com tiragens de cem exemplares, que, inclusive, têm um preço acessível. Acho isso importante.”
* Ela aproveita para lembrar: “Essas cifras mais altas são preços de leilão, e não os que eu opero, de galeria. São lógicas diferentes.” Sobre a ArtRio… “A feira estar acontecendo aqui na cidade é mais uma consequência dessa evolução do carioca como consumidor de arte. O mercado brasileiro sempre foi concentrado em São Paulo. E o espaço físico da ArtRio é um dos mais bonitos do mundo, não que eu frequente feiras, que estão muito ligadas ao lado comercial, mas preservando a integridade da obra, claro. Na verdade, eu até vou a esse tipo de evento, só que como colecionadora, não como artista”, explicou Adriana, que declinou quando pedimos para ela posar ao lado de sua peça, em exposição por aqui. “Parece que estou vendendo minha obra…” (Por Michelle Licory)
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