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Ivete Sangalo, Bernardo Paz, Lily Safra, Silvio Santos, e em cima, Stella McCartney e Bill Gates: os diferentes tipos de rico

Tem os herdeiros, os que querem ser artistas, os famosos e os low-profile. Para quem já teve dúvida sobre essa classe tão abastada, aqui, uma ficha técnica das diferentes tribos de endinheirados no país

Por Chico Felitti para a Revista Joyce Pascowitch de Dezembro

O rico rico rico

É a carta mais rara do baralho dos ricos. Tem fobia de coluna social. Não sabe o que é Instagram. Há quatro gerações ninguém da família sabe o que é trabalho – a não ser que seja trabalho social, é claro. Mal se ouve falar dele ou dela, porque está ocupado demais em um leilão de arte em Londres ou visitando os netos num internato suíço.

Exemplar: Lily Safra

O rico soja

Faz a conexão Goiás-Miami como quem toma uma ponte aérea. Seu dinheiro vem do verde da natureza, e seus gastos são sazonais como as estações. Enquanto estão plantando, têm medo de que o ano possa não render. Depois da colheita, abrem a porteira e a carteira como poucos ricos ousam fazer – geralmente com cavalos, que tratam como membros da família.

Exemplar: Erai Maggi

O rico start-up

Quando os outros choram, ele vende lenços. Na verdade, ele tenta a todo custo fazer uma empresa que seja disruptiva e vá mudar o mundo – ainda que geralmente só consiga fazer um aplicativo de sucesso mediano que depois será vendido por milhões. Seu uniforme é um genérico de Steve Jobs: camiseta monocromática, jeans e um sapatênis de marca confortável e cool, tipo Camper. É preciso um Ph.D. em Berkeley para entender seus jargões.

Exemplar: Gustavo Caetano

O rico Louvre

Se está pendurado na parede do Guggenheim, poderia estar no quarto de casa. Gasta sem pestanejar uma dúzia de milhões num quadro do artista da vez. Muitos projetam casas, ou até museus ao ar livre, ao redor da coleção de arte que montaram. É tão fascinado pelo mundo místico das artes que muitas vezes acaba sendo mecenas – ou cônjuge – do seu criador predileto.

Exemplar: Bernardo Paz

O rico faça você mesmo

Também conhecido como “self-made man”, esse rico conquistou com o suor sua fortuna. Tem obsessão por trabalho, e o maior medo da sua vida é sustentar uma penca de familiares e terminar como o título do livro Pai Rico, Pai Pobre. Acorda cedo, não sabe o que são férias desde que Getúlio Vargas saiu do poder e gosta mais de ganhar do que de gastar.

Exemplar: Silvio Santos

O rico Eu Tenho um Sonho

Quer ser algo. Algo que às vezes muda com alguma frequência. Trabalha porque tem um sonho profissional, mas está longe de depender do salário no fim do mês. Fala com paixão das empreitadas, se esquecendo que para a maioria das pessoas trabalho é fardo, não bênção. A estilista Andressa Salomone, herdeira de centenas de imóveis em São Paulo, é o capítulo mais fresco dessa safra.

Exemplar: Stella McCartney

O rico artista

Fez fortuna na base do carisma e do talento. Tem carta branca para trafegar em todos os círculos dos ricos, porque tem algo que o capital (quase) não compra: fama. Tê-lo por perto é sinal de status, ainda que às vezes seja preciso contratar um show de dezenas de milhares de reais para levá-lo a  algum lugar.

Exemplar: Ivete Sangalo

O rico um mundo melhor

Dá de ombro para jatinhos e bolsas de grife. Quer mesmo é transformar seu dinheiro em influência para construir um mundo melhor. Oprah, a rica mais rica do mundo, que construiu escolas na África e é matrona de centenas de instituições de caridade, é um exemplo de quem com dinheiro consegue mudar o destino de milhares de vidas.

Exemplar: Bill Gates

O rico ex-rico

Vive de memórias de uma riqueza que não existe mais e de bens antigos: títulos de nobreza, imóveis e outros bens de alguma pompa, mas pouca liquidez. Ainda é frequentador assíduo dos jantares de amigos que se mantiveram no azul, mas deixou há anos de oferecer as próprias festas em casa. Nem sempre dependeram da bondade de familiares e de amigos, mas agora, infelizmente, é o caso.

Exemplar: Chiquinho Scarpa

 

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