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Para gravar a série, Paloma Bernardi passou três meses no interior de Tocantins e revela que saiu da zona de conforto
Para gravar a série, Paloma Bernardi passou três meses no interior de Tocantins e revela que saiu da zona de conforto

Paloma Bernardi é a protagonista da primeira trama nacional do gênero suspense/sobrenatural produzida no Brasil pela Netflix. A série ‘O Escolhido’, que será disponibilizada aos assinantes nesta sexta-feira, se passa em um vilarejo afastado das grandes cidades, chamado Aguazul, e retrata a chegada de uma equipe de médicos no local para combater um vírus por meio da vacinação. Mas a realidade da pequena população é outra. “A série se baseia no conflito entre a população, que segue um líder completamente enigmático e que cura as pessoas com a fé, e os médicos que aparecem para trazer a cura através da ciência. Nesse momento, os personagens começam a se questionar: até onde a fé e a ciência podem chegar?”, explica Paloma Bernardi, que dá vida à Lúcia, líder da missão. “A Lúcia faz parte dessa geração de mulheres empoderadas”, completa.

Para atuar na série, a atriz de 34 anos passou três meses em Natividade, em Tocantins, e precisou dizer adeus à sua zona de conforto. Desafio esse que foi muito bem aceito por Paloma, que falou ao Glamurama um pouco mais sobre ‘O Escolhido’ e a sua nova fase na carreira. (por Jaquelini Cornachioni)

Glamurama: Como surgiu o convite para atuar em “O Escolhido”?
Paloma Bernardi: Fui chamada para fazer o teste e passei pelo processo normal. Foi tudo muito sigiloso, tanto que não sabia muito sobre a personagem e nada sobre a trama. Quando cheguei lá, me falaram: “O nome da personagem é Lúcia e ela é uma médica que vai se aventurar em um vilarejo distante”. E eu só criei coragem e fui. Não podia deixar a chance passar. Os roteiristas e diretores amaram e eu me identifiquei de cara com a Lúcia. O público vai perceber essa conexão que eu tive com a personagem logo no primeiro episódio.

Glamurama: E como foi o processo de criação da personagem?
Paloma Bernardi: A Lúcia faz parte dessa geração de mulheres empoderadas. Ela é médica recém-formada, que acredita muito no que estudou, na ciência e na medicina. Por isso que vai até o vilarejo Aguazul: ela quer curar aquele povo através da vacinação, mas, chegando lá, a equipe médica não é bem recebida e ela encontra um cenário completamente diferente. Ela me fez sair completamente da zona de conforto. Deixei a cidade grande para trabalhar no interior de Tocantis, em uma cidade muito pequena que serviu de cenário para a série, e foi enriquecedor. Mas eu e a Lúcia temos muitas coisas em comum. Nós duas abraçamos diversas causas para ajudar quem mais precisa.

Glamurama: “O Escolhido” é uma história de terror?
Paloma Bernardi: Eu diria que é um suspense sobrenatural, não exatamente terror. A série se baseia no conflito entre a população, que segue um líder completamente enigmático e que ‘cura’ as pessoas com a fé, e os médicos que aparecem para trazer a cura através da ciência. Nesse momento, os personagens começam a se questionar: até onde a fé e a ciência podem chegar? Acredito que o ambiente e o clima da série podem gerar tensão no público. Não posso adiantar muita coisa, mas têm alguns rituais na série, baseados até mesmo no folclore brasileiro, que vão dar o que falar.

Glamurama: Como é lidar com essa dualidade entre fé e ciência?
Paloma Bernardi: É algo muito intenso e esse embate surge a todo tempo na série. A meu ver, ciência e fé se completam. Quando a medicina não consegue mais agir, muitas vezes a fé surpreende. E é exatamente isso que a Lúcia começa a descobrir e investigar.

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Glamurama: Qual foi o maior desafio ao longo de todo o processo nesse trabalho com a Netflix?
Paloma Bernardi: Acho que foi justamente ficar longe da realidade da cidade grande e da minha família. Foram três meses gravando no interior de Tocantins, uma realidade bem diferente de São Paulo e que me tirou totalmente da zona de conforto. Mas esse local afastado foi essencial para a série. Além do clima de suspense das gravações, a própria natureza emitia sons e ruídos que contribuíam e muito para deixar o momento ainda mais cheio de tensão.

Glamurama: Essa foi a sua primeira experiência com o gênero suspense?
Paloma Bernardi: Sim, eu nunca tinha feito nada do tipo antes e essa é a primeira série sobrenatural brasileira da Netflix. É um passo e tanto e me sinto honrada em fazer parte desse time. Espero que o público abrace essa produção. Estamos torcendo por uma segunda temporada.

Glamurama: Como vê a presença de produções brasileiras em serviços de streaming como Netflix?
Paloma Bernardi: A Netflix já faz parte da rotina de pessoas de todo o mundo e fico feliz que eles estejam abertos ao novo. Agora o brasileiro precisa se reeducar e começar a valorizar as produções nacionais. Nós temos atores, roteiristas e diretores de muita qualidade. Espero que ‘O Escolhido’ ajude o mundo e o seu próprio povo a ver o Brasil de um jeito diferente.

Glamurama: Falando nisso, qual é a sua série preferida da vida?
Paloma Bernardi: Ah, são tantas. Não consigo escolher uma só. Amo Orphan Black, You, La Casa de Papel, Coisa Mais Linda, Black Mirror e Grey’s Anatomy, que serviu de base para o meu estudo de personagem na série ‘O Escolhido’.

Glamurama: Você também está no teatro. Fala um pouco sobre esse trabalho?
Paloma Bernardi: Essa é a segunda temporada de “Eles Não Usam Black-Tie” e é incrível como um texto tão antigo, escrito há 70 anos, pode ser tão atemporal. A peça fala sobre temas necessários, entre eles, o feminismo que a minha personagem apresenta, as greves e o respeito às opiniões e escolhas do próximo. Essa peça é necessária principalmente nesse momento em que estamos vivendo.

Glamurama: Além da série e da peça, quais são os seus projetos ainda esse ano?
Paloma Bernardi: Eu tenho lido projetos de teatro e cinema, mas no próximo mês eu quero descansar e viajar. Quando voltar, provavelmente vou direto para o cinema e começo a trabalhar bastante novamente.

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