Maior cineasta vivo de Hollywood junto com George Lucas e Steven Spielberg, Martin Scorsese completa 76 primaveras neste sábado, onze anos depois de ter sido chamado ao palco do Oscar pelo dois colegas poderosos para receber a estatueta de Melhor Diretor por “Os Infiltrados”.
Marty, como é chamado pelos íntimos, demorou para ter seu trabalho reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, responsável pela escolha dos vencedores da mais cobiçada honraria do cinema mundial.
Mas o currículo dele, que dispensa maiores comentários, é por si só uma seleção de vitórias cheio de longas que marcaram época como “Taxi Driver”, de 1976, e “Os Bons Companheiros”, de 1990, até sucessos mais recentes ao exemplo de “O Lobo de Wall Street”.
Com a naturalidade de quem domina com maestria o que faz, Scorsese costuma listar os atributos básicos que qualquer aspirante a diretor de produções para a telona (ou a qualquer outra profissão no universo da sétima arte) precisa nas entrevistas que concede.
Em homenagem ao aniversário dele, Glamurama relembra a seguir 6 dessas diconas preciosas. Continua lendo… (Por Anderson Antunes)
“Nunca deixe de buscar inspirações (porque você vai precisar muito delas!)”
“Uma noite eu estava em casa, zapeando filmes durante a madrugada na televisão, e acabei parando no ‘Showtime’, que exibia “Yeelen”. Começou às 2h30 da manhã, e tinha uma imagem cativante, eu vi até o fim. Depois descobri que esse filme [de 1987] foi dirigido por Souleymane Cissé e filmado no Mali. Fiquei muito animado com isso. Assisti muitos filmes ao longo dos anos, e apenas alguns me deixaram inspirados. Este foi um deles, e o descobri por acaso porque estava aberto para tal”. (Em entrevista para o diretor Spike Lee)
“Você nunca vai receber pelo seu trabalho o dinheiro que considera merecer”
“De todos os meus filmes, provavelmente só teve um ou dois pelos quais recebi o apoio financeiro que buscava. Sobre o todo o resto posso dizer com franqueza que adoraria ter tido pelo menos mais uns dez dias pra filmar cada um. De certa forma, para quem tá começando, deve saber bom e até libertador em certo ponto saber que esse problema é uma realidade mesmo para aqueles que já se estabeleceram na indústria [cinematográfica]. Então, foquem no que importa!”. (Em entrevista para o diretor Spike Lee)
“A sua história particular de vida tem uma tremenda importância no seu trabalho”
“Não me interesso por retratos realistas quando faço um filme. Nem um pouco. Mas os meus filmes são sempre um retrato pessoal da maneira como estava me sentindo no momento em que os rodei, das lembranças dos traumas de infância que vivi e por aí vai”. (Em entrevista para o crítico de cinema Roger Ebert)
“Assista todos os grandes filmes já feitos, e mais alguns”
“Referências são importantíssimas, sobretudo quando vêm de filmes de qualidade. Em todos é sempre possível aprender alguma coisa, e até mesmo vendo os nem tão bons assim a gente aprende. Eu sempre recomendo que assistam ‘Apocalypse Now’ [de Francis Ford Coppola, lanado em 1979[ e ‘Este Mundo É Um Hospício’ [de Frank Capra, lançado em 1944]. São duas obras-primas obrigatórias para qualquer estudante de cinema”. (Em entrevista para a revista americana “Fast Company”)
“Trate todas as pessoas da mesma forma nos sets de filmagens”
“Eu acredito muito que o humor [do diretor] no set de filmagens determina a maneira como todas as pessoas ao redor dele trabalham. Se ele faz com que todos se sintam iguais, independente de quem sejam e da fama que tenham, o ambiente será igualmente bom e produtivo para todos. Quando valorizamos a empatia, todos se sentem responsáveis pelo bem uns dos outros, e essa conexão sempre gera resultados positivos”. (Em entrevista para a revista americana “Fast Company”)
“Não tenha medo de cair de cabeça no trabalho de pesquisa”
“Os trabalhos de pré-produção em qualquer longa são essenciais, e eu mesmo assumo essa parte. A maneira como filmo minhas produções é resultado direto da forma que exploro todas as questões relativas a elas antes de gritar ‘ação!’. Buscar respostas é parte da magia do cinema, seja para descobrir o que se passa na cabeça de um homem violento ou na de um corrupto do submundo”. (Em entrevista para a atriz Chloë Moretz, estrela de “Hugo”)
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