Na busca por compreender o universo multifacetado da Romanna Remor, uma figura que transita entre os campos das Relações Internacionais, Administração Pública e empreendedorismo sustentável, encontramos uma personalidade singular. Com uma década de experiência como pesquisadora, professora universitária e consultora em políticas públicas e gestão estratégica, Romanna traz consigo um vasto repertório de conhecimento e uma paixão pela inovação. Além de seus feitos profissionais, Romanna é também uma mãe dedicada e uma entusiasta de práticas holísticas, como a sabedoria Ayurveda e a aromaterapia. Sua jornada como empreendedora na área de alimentos saudáveis, culminando na fundação da ANGATU Ventures, reflete não apenas sua expertise, mas também seu compromisso com a regeneração do planeta e a promoção de um estilo de vida consciente.
Nesta entrevista, Romanna compartilha sua visão sobre os desafios e conquistas do empreendimento sustentável. Equilibrando lucro e responsabilidade socioambiental, a empresa busca uma gestão regenerativa que beneficie todas as partes envolvidas.
Como a Viva Floresta equilibra os objetivos de lucro e sustentabilidade, e quais são os desafios enfrentados nesse processo?
Estamos descobrindo como compor essas “gestão regenerativa”, com resultados saudáveis e sustentáveis sob o ponto de vista financeiro e com saldo positivo para o pequeno produtor/extrativista, para os consumidores, para o mercado, colaboradores e para o planeta. Não é fácil, mas temos a convicção de que é viável. Afinal, só é realmente sustentável e saudável se for uma relação “ganha ganha” nas diversas frentes de interação. Há três premissas básicas que precisam ser compreendidas porque são o pano de fundo:
1) Para nós, o resultado financeiro positivo é uma das metas e métricas prioritárias. Mas o impacto socioambiental é tão prioritário quanto.
2) As margens que praticamos têm menos excedente do que marcas convencionais de alimentos saudáveis, pois objetivam remunerar de forma mais ética possível toda a cadeia. Assim, já fazemos nosso planejamento e projeções com base nisso.
3) Por fim, sabemos que precisamos fazer um constante esforço de conscientização do consumidor para que saiba que há diferença entre “preço” e “valor”. E depende dele atribuir valor ao que faz bem para as pessoas e para o planeta. No fim do dia, é o consumidor que decide se negócios regenerativos merecem prosperar com suas escolhas de consumo.
Poderia nos detalhar como o extrativismo sustentável é praticado pelas marcas associadas ao Viva Floresta e seu impacto nos ecossistemas locais?
Nós temos uma relação próxima com cooperativas e instituições que organizam e ajudam a estrutura e o esforço de extrativistas sustentáveis, de forma que possam ter mais força juntos, como fornecedores de um volume maior de ingredientes, com processos melhorados, assim como escoamento. Nós procuramos conhecer o máximo sobre o trabalho deles e, na medida do possível, contar suas belas histórias e apoiá-los. Fazemos isso pagando um valor justo pelos insumos e, quando possível, ajudando com expertise regulatória, pesquisa, etc.
Além da relação direta com algumas Cooperativas, também fazemos parte da Rede Origens Brasil, que faz o elo entre nossa empresa e produtores extrativistas que são verdadeiros guardiões da floresta. Essas relações são transparentes, formalizadas, acompanhadas e avaliadas para que sejam verdadeiramente positivas para todas as partes.
De que maneira os sistemas agroflorestais adotados pelas marcas da Viva Floresta contribuem para a captura de carbono e combate às mudanças climáticas?
Já há pesquisas suficientes que comprovam que alimentos cultivados em sistemas produtivos regenerativos (ex.: sistemas agroflorestais, agricultura orgânica, agroecologia) capturam mais carbono por m2 do que plantios convencionais. Ou seja, os ingredientes que compõem os produtos já nascem capturando mais carbono e restaurando ecossistemas. E esses resultados são críticos para o enfrentamento da crise climática.
Além disso, inovamos com o “Crédito Agroflorestal.” A cada pedido feito no e-commerce, nós destinamos uma parte da receita para o plantio de árvores em sistemas agroflorestais e/ou para a conservação de biomas. Ou seja, o impacto continua além da procedência e cadeia produtiva!
Como o Viva Floresta garante que suas práticas de comércio justo sejam implementadas em toda a cadeia de suprimentos?
Nós temos uma política de compras que rege a nossa relação com as marcas que estão no Viva Floresta. Para fazer parte de nosso portfólio, além de ter produtos saudáveis e amigos da floresta, a marca precisa ter uma coerência de propósito e impacto positivo na sua cadeia produtiva. Por isso conhecemos o melhor que podemos a história de cada marca que compõe a nossa floresta viva.
Qual é a sua visão para o futuro do comércio eletrônico sustentável e como a Viva Floresta planeja expandir ou evoluir suas práticas nos próximos anos?
Sou uma otimista por natureza. Mas como empreendedora, sei bem os desafios de empreender desbravando e apresentando ao mercado conceitos inovadores – um novo jeito de fazer, produzir, vender, consumir, se relacionar. É de fato desafiador!
Mas sabemos que já há um nicho de consumidores verdadeiramente interessados no bem comum e em pertencer a uma comunidade de pessoas desejosas a ajudar na construção de um futuro mais saudável e sustentável. E a notícia boa é que já sabemos também que esse nicho está crescendo. É um crescimento orgânico, e por isso mesmo não será uma “moda passageira”. Mas é animador!
E agora que já provamos o modelo, sendo capazes de entregar saúde e a experiência da floresta de Norte a Sul do Brasil, estamos nos preparando para iniciar o Road Show pela Floresta Viva no segundo semestre de 2024, com o objetivo de buscar investimento e multiplicar o número de marcas regenerativas representadas na plataforma; de consumidores conscientes engajados; de biomas restaurados e de árvores plantadas em florestas. O presente já é um presente, e o futuro é promissor!
Sobre a Amélia Withaker
Empresária, fundadora e PR da Visar Planejamento. É apaixonada pela vida saudável, desde a alimentação até a prática de esportes e viajar. Atualmente prática ciclismo e diariamente em suas plataformas compartilha seu estilo de vida, através de receitas saudáveis e seus treinos.
Já desbravou o mundo, morou em Londres, Barcelona, mas foi na Austrália onde se encontrou profissionalmente e estreitou sua relação com Jornalismo, sendo fotógrafa do The Australian Jewish News. Além de se dedicar à empresa e seu estilo de vida saudável, Amélia é mãe de duas meninas.
Disposta a se reinventar, vem se aventurando nas redes sociais com deliciosas receitas com intuito de inspirar seu público a se alimentar melhor e de forma prática e deliciosa.
- Neste artigo:
- Amelia Whitaker,
- ColunistaGLMRM,
- Modo de Vida,
- RevistaGLMRM,