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Ricardo Fischer é um reforço de peso para o Basquete Tricolor na temporada 2023/2024. O experiente armador, vestindo a camisa 5, traz uma bagagem significativa, com passagens por equipes renomadas como Brasília, Corinthians, Bilbao Basket, Bauru, São José, Grêmio Barueri, GMAC Bologna, Besiktas, Club Sion-Herens e Hebraica.

Na temporada 2012/2013, Fischer foi destaque como atleta revelação do NBB. Dois anos depois, na temporada 2014/2015, liderou o campeonato em assistências, sendo eleito o melhor armador tanto do NBB quanto do Campeonato Paulista. Seu desempenho excepcional lhe rendeu o título de MVP do Jogo das Estrelas em 2015. Nesse mesmo ano, Fischer fez um triple-double contra o New York Knicks e conquistou o vice-campeonato Mundial contra o Real Madrid.

Além das conquistas nos clubes, Fischer foi campeão do Pan-Americano de 2015 com a Seleção Brasileira, demonstrando sua importância no cenário internacional.

Com 1,85m de altura e 82 kg, aos 32 anos, Ricardo Fischer continua a ser uma referência na posição de armador. Fora das quadras, ele também se destaca como empreendedor, sendo sócio em dois negócios gastronômicos: o Paro Bar e o Timbinha.

GLMRM conversou com Ricardo Fischer sobre sua carreira, desafios e perspectivas no basquete e fora das quadras.

Fora do país, o basquete brasileiro tem vários jogadores obtendo sucesso. Você que jogou fora, como foi para você tão jovem morar fora do país por conta do basquete profissional?

Eu era muito jovem, 16 anos, foi bem difícil morar sozinho em outro lugar do mundo, longe da família e amigos, mas foi uma experiência muito boa. Acho que me amadureceu e acelerou alguns passos, tanto pessoal como profissional. Mas foi muito gratificante, devo muito a essa experiência de jogar fora.

Hoje em dia você acha que o basquete precisa de mais incentivos? Quais? O que você acha que falta aos times brasileiros para que o cenário mude?

Com certeza precisa de mais incentivos, mas é um assunto muito complexo. Não é só sobre a empresa botar dinheiro, acho que os clubes precisam se profissionalizar cada vez mais, a entidade como um todo, a cultura precisa mudar. Principalmente, sempre falamos do topo da pirâmide, que é o campeonato profissional, mas precisamos falar dos jovens, de como treinar eles, de como melhorar para termos bons resultados. Acho que o que mais precisamos para dar um salto gigante como o vôlei deu é ter resultados internacionais. Aí, grandes empresas e pessoas vão começar a investir e, consequentemente, isso vai melhorar o cenário.

Como você enxerga hoje o basquete no Brasil e qual conselho você dá aos jovens que estão começando?

Eu acho que vem evoluindo, mas poderia ser muito mais. Acho que ainda pecamos em bastante coisa e, para mim, o basquete brasileiro deu uma estagnada. Acredito que há muitas pessoas novas entrando e querendo melhorar nosso esporte. O que eu digo aos jovens é: estejam preparados para as oportunidades, treinem muito e acreditem que a maior oportunidade vai vir, e vocês precisam estar prontos.

Com essa potência no último campeonato e o reconhecimento com a 3ª melhor pontuação no NBB 2024, como você define sua trajetória até agora?

Acho que minha trajetória nesse campeonato foi boa, terminei de uma maneira positiva, individualmente falando. Infelizmente, poderíamos estar um pouco mais à frente, mas tivemos muitos problemas de lesões no time nesta temporada, foi desgastante. Minha trajetória no basquete é muito vitoriosa. Já joguei em grandes clubes, fora do país, e consegui ter resiliência para passar por duas cirurgias sérias no joelho. Estou muito satisfeito com a história que venho construindo até aqui.

Desde quando você começou a planejar o plano B em sua vida para depois de aposentar do basquete? E o que te levou a pensar em investir em outras áreas?

Tive sorte, meu irmão, 10 anos mais velho que eu, jogou também, e eu vi quando ele parou, teve que pensar no que fazer. Desde lá, comecei a pensar que eu teria que ter um plano B. Nossa vida de atleta é muito rápida, normalmente acabamos com 40-41 anos e temos toda a vida pela frente. Então, sempre conversando com meu irmão, fui junto com ele, investindo em outras áreas para, quando eu parar, já ter outras rendas. Planejei e vou colher no futuro. Acho isso muito importante.

Você, além de atleta, está à frente como empresário de negócios no ramo da gastronomia, com um bar e um restaurante. Conta um pouco para nós: o que é mais desafiador, performar no esporte ou na vida empresarial? Quais dificuldades você vem enfrentando e quais feitos conquistados?

Acho que o ramo de restaurantes e esporte têm muito a ver, porque todo dia você precisa entregar o seu melhor. Vão ter dificuldades, coisas que saem do seu controle, e você precisa ter a cabeça boa, paciência, resiliência e querer todo dia, mesmo com problemas, ir lá e resolver. As dificuldades no ramo gastronômico são diárias: lidar com colaboradores, os preços dos alimentos subindo, falta de luz, chuva. São vários fatores externos que precisamos entender, principalmente o bairro em que estamos, para atender os clientes da melhor maneira possível. No esporte é assim também: você pode ultrapassar suas dores após os jogos, porque todo dia temos dificuldades e, mesmo assim, precisamos treinar e jogar para conquistar nossos objetivos.

O que você leva de experiência do esporte para seus negócios? E pensa em empreender em outras áreas? Quais?

O que eu levo de experiência é saber que vai ter dificuldade, enfrentar e resolver o mais rápido possível. No esporte, temos que pensar e agir rápido, isso ajuda no ramo dos restaurantes.

Sabemos que você adora comer e conhecer novos restaurantes. Esse é um hobby seu. Você leva essas experiências para seus restaurantes?

Com certeza eu levo essas experiências. Até alguns meses atrás, implementamos algumas coisas no cardápio baseadas em minhas sugestões de experiências pessoais. Meu hobby preferido é conhecer novos lugares e restaurantes, não só em São Paulo, mas também no Rio de Janeiro, onde morei. Tenho muitos amigos que trabalham nesse ramo e isso ajuda bastante.

Vimos algumas entrevistas que contam que você cuida muito da aparência, corpo e mente. Pode citar algumas referências legais de livros e coisas que pratica para conhecermos melhor esse seu lado fora das quadras?

Este ano estou conseguindo implementar mais a leitura no meu dia a dia. Sempre reservo um tempo para desconectar de tudo e ler. Este ano já li 16 livros. Posso citar os três da Carla Madeira, que são muito bons, os livros da Colleen Hoover, que são romances muito interessantes, e títulos como “Biblioteca da Meia Noite” e “Autosabotagem”. Indico muito, é um livro interessantíssimo sobre como nossa mente trabalha e como não deixar que ela nos consuma em pensamentos, evitando doenças e outras questões. Meu lado fora das quadras é frequentar bons restaurantes, conhecer novos lugares, cozinhar, receber amigos em casa, ir ao cinema. Me cuidar é importante, pois trabalho com meu corpo. A alimentação e a hidratação são fatores importantes, assim como manter a mente equilibrada e a espiritualização. Acredito que tudo isso faz diferença em minha vida e em minhas conquistas.

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