O nascimento de Sasha Meneghel Szafir, em 28 de julho de 1998, foi o destaque da edição daquele dia do Jornal Nacional. Ganhou nada módicos 16 minutos no principal telejornal da TV na época, assistido por cerca de 50 milhões de telespectadores. O burburinho causado pela chegada ao mundo da única herdeira da rainha dos baixinhos serve para dar uma ideia da importância que a mídia dos Estados Unidos deu e está dando a Blue Ivy Carter, filha de Beyoncé Knowles-Carter e Jay-Z.
Tratada como celebridade desde a barriga de sua mãe diva, a garota de 10 anos – vai completar 11 no dia 7 de janeiro – vem ganhando cada vez mais espaço, agora por seus próprios feitos. Considerada prodígio por muitos, e vista como uma sortuda por outros que atribuem seu sucesso à fama dos pais superfamosos, Blue Ivy é descrita como “cantora americana” em sua biografia oficial na Wikipedia, tem dois singles próprios no currículo (“Glory”, de 2012, e “Brown Skin Girl”, de 2019) e até seu próprio apelido de celeb, uma espécie de honraria informal reservada às maiores, como J-Lo (Jennifer Lopez) e seu bilionário pai: B.I.C. é seu nome artístico.
A primogênita dos Carter – e irmã mais velha dos gêmeos Rumi e Sir, de 5 anos – nasceu de forma gloriosa, sendo logo nomeada “o bebê mais famoso do mundo” pela revista americana Time. Em “Glory”, aliás, apenas a voz dela ainda bebê é ouvida na música que virou hit e tem Jay-Z como colaborador, o que rendeu à pequena uma menção no Guinness World Records como a pessoa mais jovem a ter uma canção na lista das mais tocadas da revista Billboard. Já em “Brown Skin Girl”, que faz parte da trilha sonora oficial da versão “live action” de O Rei Leão, que estreou em 2019, Blue Ivy divide os vocais com Beyoncé. E pelo videoclipe, elogiadíssimo por sinal, ambas foram indicadas ao Grammy de Best Music Video de 2021– e ganharam, claro.
Um pouco menos brilhantes para seus padrões, apesar de que seriam conquistas importantes para uma criança, Blue Ivy também cantou no coral de “Up&Up”, uma das faixas de A Head Full of Dreams, álbum lançado pelo Coldplay em 2016, e fez outras pontas de luxo em produções musicais do casal Carter. Na telinha, o maior momento da estrela mirim foi em Black Is King, um musical escrito, dirigido e estrelado por Beyoncé para o Disney+, que o liberou em sua plataforma de streaming em 2020. E parece que vem muito mais por aí.
Exatamente por esse overexposed, Blue Ivy deu uma pausa na carreira. Ela quer se preparar melhor a fim de, em breve, voltar com tudo. Isso inclui uma rotina diária de aulas de canto, de interpretação e de “media image”. Desenho de moda também faz parte de seu dia a dia, já que seu estilo sempre foi considerado único e a pequena é uma fashionista assumida.
Mas, nem tudo são flores. São justamente esses privilégios que fazem os críticos questionarem seu real talento. Fato é que a menina-prodígio do momento nos EUA tem um pedigree financeiro na casa dos bilhões de dólares, assim como uma estrutura de profissionais que jamais a permitiriam sair dos trilhos.
Uma das vantagens de industrializar a arte é poder oferecer um produto não tão bom com embalagem eficiente e até fazer sucesso. Em geral, a aposta é que Blue Ivy vá se dar bem se seguir a cartilha do estrelato e conseguir desenvolver algum dom que a permita não ser conhecida apenas como a filha dos Carter. No mundo do entretenimento, bem como no segmento de mercado, é assim, basta uma faísca positiva para que um foguete seja lançado. Daí, se vai chegar à lua ou cair antes mesmo de sair da atmosfera terrestre, é outra história.
A matéria faz parte da nova edição da Revista J.P.
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