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rainha Elizabeth
Foto: Titanic Belfast, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

A ponte de Londres caiu? Essa é a pergunta que está sendo feita nos quatro cantos do mundo nessa quinta-feira (08), e desde a divulgação de uma nota oficial dando conta de que Elizabeth II, por orientação dos médicos que a atendem, foi colocada em observação clínica no Castelo de Balmoral, que fica na região das montanhas da Escócia.

A deixa da questão contendo a citação do nome capital da Inglaterra é uma referência ao plano de Estado planejado décadas atrás e intitulado “Operação Ponte de Londres”, que contém todos os detalhes sobre aquilo que é inevitável mas, mesmo assim, difícil de acreditar: a vida da monarca que, possivelmente, é a pessoa mais conhecida de nossa era, “pode estar pacificamente se movendo rumo ao fim” – tal como foi oficialmente divulgado no dia 19 de janeiro de 1936 pelo Palácio de Buckingham, na véspera da morte de George V, avô da rainha.

O anúncio de 86 anos atrás e o dessa quinta-feira, contendo ainda o extra de que os membros mais seniores da Casa Real de Windsor foram chamados para estarem ao lado de sua líder nesse momento, não são comuns, uma vez que, em geral, detalhes sobre problemas de saúde de rainhas e reis britânicos raramente são feitos tão sob medida para indicar que o inevitável já pode ser visto no horizonte.

Aos 96 anos, Elizabeth II parece ter sucumbido ao peso de sua idade justo no ano em que completou sete décadas no trono. Sua saúde nos últimos doze meses começou a deixar de ser forte como sempre, seus problemas de mobilidade e equilíbrio surgiram do dia pra noite e a forçaram a cancelar vários de seus compromissos como chefe de estado da quinta maior economia do mundo, sem falar em sua silhueta mais “enxuta” em seus 1,55 m de altura, tornando-a em alguém com aparência fragilizada.

E o último “alerta” sobre a saúde de Sua Majestade foi dado na última terça-feira, quando ela recebeu em Balmoral a recém-eleita primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss. Na ocasião, chamou a atenção um hematoma que cobria quase toda a região das costas da mão direita da viúva do príncipe Philip, um possível sinal de que o corpo pode estar começando a deixar de funcionar normalmente no caso de idosos.

Dito isso, circulam nas redes sociais rumores de que Elizabeth II está há tempos se preparando para morrer, e escolheu partir em Balmoral, uma propriedade que lhe pertence pessoalmente e não à Coroa, cuja dona a considera seu lugar favorito. E também erguido, entre 1853 e 1856, em terras escocesas, cujos locais quase deixaram de ser súditos dela quando buscaram a independência, em 2014, e eventualmente acabaram escolhendo continuar sendo parte da Grã-Bretanha.

A rainha se empenhou pessoalmente nas tratativas para não ver seu reino formado pela Inglaterra, Irlanda do Norte, País de Gales e Escócia, tornar-se um trio de nações pelo desejo dessa última de se tornar uma república – e o que considera ter sido um de seus maiores desafios em suas mais de sete décadas no trono.

Aliás, a nonagenária “royal” também tem na gaveta um plano parecido com o “Operação Ponte de Londres” – trata-se de um outro batizado “Operação Unicórnio”, específico para a possibilidade de sua partida ocorrer em Balmoral. O passo a passo inclui a suspensão imediata dos comércio e Parlamento escoceses, com o início de um funeral de Estado na Catedral de St Giles, em Edimburgo, a capital escocesa. Esse velório teria duração de um dia apenas, e terminaria com o corpo de Elizabeth II sendo levado ao Royal Train, um trem usada pela família real para ir e vir de Londres.

De resto, pouco se sabe tanto sobre o “Operação Ponte de Londres” quanto o “Operação Unicórnio”, que são revisados pelo menos três vezes por ano por representantes do governo britânico e do Palácio de Buckingham, a residência oficial número um de Elizabeth II, que claramente escolheu usar sua própria morte para fazer o que jurou quando tinha 21 anos: “Eu prometo me dedicar ao seu serviço pelo resto da minha vida”, disse a então ainda princesa na televisão.

Possivelmente, se preparando para seu falecimento, a mulher mais fotografada da história deixará um legado de muitos feitos, sendo o maior de todos a imagem polida que deu à monarquia britânica apesar de seus escândalos. E a partir daí fica a dúvida é se a Ponte de Londres comandada por seu herdeiro natural, o príncipe Charles, vai ganhar nova fundação sob o cetro dele, ou se será “caída” antes que ele tenha a chance de sentar na cadeira de St Edward.

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