Sinônimo de liberdade feminina a partir dos anos 1960, o topless está perto de ser extinto, a começar pelo país onde ele propagou: a França. Um estudo publicado pelo IFORP, um instituto francês especializado em pesquisas de tendências, revelou que apenas 13% das jovens entre 18 e 24 ainda fazem topless. Enquanto isso, 39% das francesas maiores de 60 mantêm o costume de deixar os seios à mostra na praia e espaços públicos. Essa mudança de atitude é curiosa, já que uma das precursoras do topless é Brigitte Bardot, musa francesa, que causou furor nas praias de Saint-Tropez em 1975 usando apenas a parte debaixo do biquíni.
De acordo com a revista “Elle” francesa, a globalização da mentalidade dos Estados Unidos foi responsável pelo preconceito com o topless. Não à toa que o Instagram possui regras de censura contra imagens de seios. Recentemente, o postêr do novo filme de Pedro Almodóvar, “Madres Paralelas”, que mostra mamilos lactantes, foi censurado. Inclusive, a rede social é regularmente acusada de exagerar na remoção automática de imagens do corpo feminino, por conta da política contra conteúdo pornográfico e os algoritmos que não detectam a diferença.
Resistência
Enquanto os franceses ficam mais conservadores, os espanhóis não pensam em mudar. Na mesma pesquisa ficou esclarecido que 49% das mulheres não usam a parte de cima dos biquínis e a nudez é encarada com naturalidade por 25% da população. Segundo jornal “El País”, meio milhão de espanhóis são naturistas convictos.
Movimentos feministas internacionais como “Femen” e o “Free The Nipple” seguem lutando para que o topless seja cada vez mais aceito e normalizado na maioria dos países, inclusive no Brasil.