Claudia Raia e Djamila Ribeiro são as convidadas de Thaila Ayala e Julia Faria no episódio inédito do podcast “Mil e Uma T(r)etas”, que vai ao ar nesta segunda-feira (16). Na mesa, um assunto sempre muito discutido quando se fala em maternidade: culpa. Tanto que Thaila já começa o papo perguntando: “Nasce uma mãe, nasce uma culpa?”. E as presentes não têm como negar que a culpa é, sim, um dos grandes sentimentos que acompanham a maternidade.
E é culpa por tudo: por ficar em casa cuidando do filho, ou por voltar a trabalhar, ou por voltar a se arrumar, sair e deixar o filho em casa… Não tem resposta certa e a patrulha, seja na internet ou fora dela, está sempre pronta para apontar o dedo para as mulheres.
“A culpa vem envelopada em todos os aspectos. Se ela não aparece completamente, ela está dentro das coisas: do trabalho, da beleza, de você voltar a ser mulher, voltar a ser mulher potente… Parece que depois da maternidade não é permitido voltar com essa potência de mulher. Parece que você está deixando de ser mãe para voltar a ser mulher, para voltar a ser uma profissional. Quando você volta à sua carreira, parece que você perdeu a competência”, reflete Claudia Raia.
“E se você está fazendo a sua carreira, você está deixando de ser mãe, ‘abandonando’ por um tempo a sua maternidade. É o tempo todo esse jogo de culpa, de eu faltei aqui, faltei ali. (…) Mas eu com três maternidades e tão distantes uma da outra, chego à conclusão de que todos sobreviveram. Eu não estive presente muitas vezes, mas me fiz presente muitas vezes. Eles são muito mais amorosos, acolhidos e cheios de mãe e de pai, do que a falta de. Então, eu acho que a gente acertou mais do que errou”.
Outro aspecto que também contribui para que a culpa seja mais pesada é essa idealização de que a mãe só faz o que é certo – algo que é incentivado inclusive socialmente. Mas mães são seres humanos, passíveis de erros e falhas, mesmo querendo acertar, como bem lembra Claudia.
“Às vezes, a gente faz e acha que aquilo é absoluto e que tem de ser mantido, mesmo você sabendo que está meio errado. Você vai e mantém porque aquela palavra que você deu não pode voltar atrás. Pode. Mãe erra”.
Outro ideal que contribui para que a carga da maternidade seja pesada é essa do amor incondicional e de que todas as mulheres têm esse instinto materno. Logo, todas serão ótimas mães, certo? Não é bem assim, de acordo com Djamila Ribeiro, mãe de Thulane, de 18 anos:
“Normalmente as pessoas falam: mas como é que uma mãe fez isso com o filho… Não tem tanto para o pai, né?! Porque a gente desculpa mais os homens neste lugar. A gente acaba naturalizando isso. Agora a mãe não, é como se fosse uma coisa endeusada, que a mãe tem de ser sempre maravilhosa, a mãe tem de abdicar de tudo… Isso é uma prisão. Acreditar que o amor é natural aprisiona a mulher e faz com que a gente fique muito chocada quando vê mulheres que não são boas mães. E tem mulheres que não são. Tem mãe narcisista, tem mãe ruim… Justamente porque o amor não é uma coisa natural. A gente vai aprendendo”.
O episódio na íntegra estará disponível a partir das 19h no Spotify e no canal do Youtube do “Mil e Uma T(r)etas”.
Toda segunda-feira, Thaila Ayala e Julia Faria recebem convidados para falar dos mais diversos assuntos relacionados a parentalidade. Com convidados diversos e temas que buscam compreender as relações das famílias, a dupla amplia a conversa e mostra que maternidade não é assunto apenas de mãe, é de todo mundo.
- Neste artigo:
- claudia raia,
- Djamila Ribeiro,
- GLMRM,
- Julia Faria,
- Modo de Vida,
- podcast,
- podcast Mil e Uma T(r)etas,
- Revista GLMRM,
- Thaila Ayala,