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Tom Brady
Tom Brady

Quando se pensa em celebridades, logo vem à mente os flashes de paparazzi e tapetes vermelhos. Mas e se o horizonte das estrelas e dos astros de Hollywood não estiver nas telonas, e sim nos domínios digitais de avatares controlados pela Inteligência Artificial (IA). Longe de ser a vilã do showbiz, a IA agora atrai cada vez mais os grandes nomes. Como? Simples: acenando com oportunidades douradas que as garantam a continuidade da fama e cheques polpudos que engordem ainda mais suas contas bancárias.

De acordo com um relatório obtido e publicado pelo site de notícias tech americano The Information, uma espécie de TMZ do Vale do Silício, a Meta Platforms – cujo cofundador e CEO Mark Zuckerberg é um dos protagonistas das tramas que se desenrolam na região californiana que concentra o PIB da indústria tecnológica dos Estados Unidos – está distribuindo cheques de até US$ 5 milhões (R$ 25,7 milhões) pelos direitos de uso da imagem de pesos-pesados como Kendall Jenner e Tom Brady, exclusivamente para iniciativas em IA. Na maioria dessas parcerias, os valores combinados estão atrelados a acordos de dois anos pela cessão de royalties visuais, e cada contendo compromissos de trabalhos que podem ser concluídos em cerca de 6 horas. Isso daria cerca de US$ 833 mil (R$ 4,3 milhões) por hora.

Nesse curto período, essas celebridades são fotografadas e filmadas sob todos os ângulos, gravam suas vozes e, uma vez feito o serviço, o restante é realizado pela IA, que faz o ‘serviço grosso’. Um desses sortudos, cuja identidade não foi revelada, dedicou uma tarde do mês passado em um estúdio californiano para posar para a assistente virtual da empresa, e até em menos tempo que o citado acima.

Embora o relatório do The Information – publicado no último sábado (05), e desde então um dos assuntos mais quentes do corredores corporativos californianos – não detalhe os nomes em relação às cifras mencionadas, devido à natureza sigilosa do documento, mas indica que Kendall Jenner, é uma das contratadas pela gigante das redes sociais e é chamada de “Billie” em sua versão IA, atuando como uma espécie de “irmã mais velha” para os usuários da Geração Z.

Tom Brady, ex-marido de Gisele Bündchen, atende por “Bru” no mundo inteligente artificial. O avatar dele é um chatbot e comentarista esportivo, o que não difere muita da realidade. O quarterback aposentado, aliás, formalizou a parceria com a Meta por meio de sua recém-fundada produtora e agência de marketing virtual, Shadow Lion, que idealizou para focar em investimentos em IA e no metaverso.

A estratégia da Meta é clara: fundir seus avançados recursos de IA com a fama estelar dessas pessoas, mirando suas vastas bases de fãs. O objetivo, claro, é criar uma experiência única e personalizada para um usuário já cativado pelo carisma de seu ídolo. E monetizável de alguma forma, provavelmente algo ligado ao m-commerce (o mesmo que e-commerce, mas exclusivo para smartphones).

Para as celebridades, à parte os cachês milionários, a grande questão gira em torno dos direitos legais sobre suas personificações virtuais. Como serão representadas as suas versões em IA, como Billie Jenner e Bru Brady, em um universo digital, tecnicamente, uma “terra de ninguém” sem leis? No momento, esse desfecho sinistro chama menos atenção do que as possíveis oportunidades em jogo. Pesquisas indicam que 72% dos adultos nos EUA estão ansiosos para interagir virtualmente com seus ídolos, conforme apontou uma realizada em 2021 do Pew Research Center. No fim das contas, embora seja possível que alguns famosos eventualmente desapareçam dos holofotes tradicionais, seus respectivos futuros digitalizados podem ser ainda mais brilhantes.

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