O mundo da moda vai além de estar por dentro das peças do momento, bem como se enquadrar no padrão que a sociedade impõe. Muito pelo contrário, ela é um dos vieses no que se refere à identidade e personalidade. E, quem segue à risca esse propósito é João Luiz Pedrosa, professor de geografia, apresentador do Multishow e ex-BBB, que viu no modo de se vestir uma maneira de se libertar e mostrar quem realmente é. O mineiro de Juiz de Fora tem uma forte ligação com o mundo fashion e está no processo para descobrir o seu próprio estilo.
“Não precisamos usar uma coisa só porque aquilo é uma tendência ou porque tá todo mundo usando. A moda está ligada no conforto, na personalidade e individualidade. Eu posso mostrar quem eu sou não só pela forma como falo, mas também como me visto”, afirma ele ao GLMRM.
De acordo com João, a paixão em se mostrar quem realmente é através das vestimentas andou junto com seu processo da própria sexualidade, tendo em vista que quanto mais as pessoas se conhecem, mais se libertam.
“Eu não vou ficar pensando no que as pessoas querem ou não que eu use. Tem sido muito interessante estar nesse lugar da própria diversidade, de poder ir nos lugares. Hoje nas passarelas vemos desfiles mega diversos e acredito que isso seja um convite que a moda me faz, no sentido de olhar para o lado e pensar ‘eu também posso fazer isso, eu também posso me sentir bonito”, destaca ele.
Vida pública e representatividade nas telinhas
João ficou conhecido do público após participar do BBB 21 e, com seu carisma, conquistou o seu espaço nas telinhas. Hoje, é apresentador do programa Trace Trend, do Multishow, e na última semana estreou como um dos hosts do podcast Tô na Trace, disponível nas plataformas de áudio e também no Globoplay.
Questionado sobre a fama que agora possui, o professor ressaltou que não se incomoda mais com isso, já que saiu do reality direto para a TV. Para ele, trabalhar na televisão tem um gostinho especial e fica feliz por poder participar de um programa que dá voz a pessoas que, antigamente, não eram vistas.
“Se formos falar de impacto, acredito que só por todos os apresentadores do programa serem negros já é algo impactante. As histórias que contamos lá e também no podcast tem relação direta com o ecossistema e a atmosfera em que vivemos. Então, contar essas histórias que por muito tempo não podiam ser contadas já é algo que gera muito impacto social e no entretenimento”, ressalta.
No mesmo gancho, João afirma que a sociedade só vai ser antirracista no momento em que todas as pessoas, sejam elas brancas, amarelas, negras, indígenas, acatarem que o racismo é sim um problema.
“Temos uma grande parte da população hoje em dia que não acredita que o racismo seja um problema. Todo mundo tem que tirar esse sininho da cabeça e saber que é sim um problema de fato. Depois que a sociedade como um todo passar a falar e discutir sobre essas pautas, aí sim estaremos construindo uma sociedade antirracista”.
Percursor de pautas importantes, João segue focado no podcast e mira em outros projetos pessoais, como atribuir novas nuances para suas redes sociais e dar vida ao seu segundo livro, onde mescla experiências pessoais com conhecimento.
Olhando para trás, ele afirma que sente orgulho de quem se tornou e deixa um recado para o João da infância, que também serve para qualquer pessoa:
“Toda vez que passar pela sua cabeça que você está se comportando de uma forma que você não deveria, com medo do que as pessoas vão achar, manda todo mundo embora, tira isso da sua cabeça, já era. Ser você o tempo todo vai fazer as coisas fluírem para um caminho melhor”.
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