A quarentena imposta pela pandemia de Covid-19 fez muitas pessoas mudarem de costumes nesse ano. E uma delas foi a rainha Elizabeth II, que logo no começo da crise causada pelo novo coronavírus se isolou no Castelo de Windsor, sua residência oficial favorita entre aquelas que pertencem à Coroa Britânica. Na propriedade medieval localizada nos arredores de Londres, a chefe de estado mais famosa do mundo se rodeou de um pequeno círculo de pessoas, entre empregados e damas de companhia, com as quais se sentiu mais do que à vontade para falar sobre tudo. E sobre todos, inclusive e, principalmente, sobre os membros de sua família.
De acordo com o historiador britânico Robert Lacey, que tem as melhores fontes dentro dos palácios reais britânicos, Sua Majestade chegou a expressar o desejo de ver o príncipe William, seu neto e terceiro na linha sucessória, herdando sua coroa, ao invés de seu primogênito, o menos popular príncipe Charles.
Para Lacey, que é autor do livro “Battle of Brothers: William and Harry – The Inside Story of a Family in Tumult” (“Batalha dos Irmãos: William e Harry – A História Não Contada de Uma Família em Crise”, em tradução livre), um best-seller de 2020 que deu o que falar, Charles está a par da vontade de sua mãe.
E apesar de não gostar da idéia, já que esperou a vida inteira para ser rei, o príncipe de Gales, também segundo Lacey, jamais diria não para sua mãe caso ela lhe pedisse para abdicar de sua posição de herdeiro de trono. Uma coisa é certa: Elizabeth II, que vai muito bem de saúde aos 95 anos, só faria isso caso se sentisse em seus últimos momentos. “A rainha prometeu servir ao povo britânico até o fim de seus dias, e leva essa promessa muito a sério. Apenas no caso de um derrame que a impossibilitasse de cumprir suas funções, ou caso fosse diagnosticada com o mal de Alzeimer, que ela passaria seu cetro adiante”, resumiu Lacey em entrevista para a revista americana People.