James Lisboa , Leiloeiro Oficial e Perito Judicial do Estado de São Paulo inscrito na Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP) desde 1986 e na Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo (APEJESP), especializou-se em leilões de arte, pois além de já trabalhar no setor de comércio de obras, faz parte da segunda geração da família no ramo artístico. Nos últimos 38 anos realizou importantes leilões de arte no estado de São Paulo, tendo grande destaque para os últimos anos, quando comercializou importantes coleções de arte brasileira como obras raras de Alfredo Volpi. Com grande expertise em espólios, a empresa homônima foi responsável pelos leilões do Hotel Maksoud, do colecionador Roberto Duailibi, Leilão de Arte Sacra da Massa Falida do Banco Santos, Coleção Dario Zito e Orandi Spirandelli, entre muitos outros. Além de leiloeiro, James é responsável pela seleção e avaliação das obras de arte. @jameslisboaarte
GLMRM bateu um papo com James Lisboa para explorar os intricados aspectos do mercado de leilões de arte e espólios:
Há quase 40 anos, você realiza leilões virtuais e presenciais. Qual a principal vantagem de cada um deles?
Mesmo realizando leilões há quase 40 anos e que grande parte do início da carreira os leilões eram presenciais, no qual os clientes visitavam a exposição no decorrer de 10 dias e após estabelecida a data do leilão as pessoas vinham participar e disputar presencialmente.
Os leilões virtuais se desenvolveram através dos meios sociais e da internet e criaram um novo tipo de cliente, principalmente aquele que mora em outras capitais e países, pois não pode se deslocar até a galeria onde eram realizados os leilões.
O que se criou com o virtual, foi o interesse maior de pessoas que sempre acompanham e compram através da imagem e do catálogo que receberam no decorrer da exposição. Poderíamos dizer que o presencial mudou no sentido de frequência após a pandemia que restringiu os eventos presenciais, que agora estão voltando aos poucos, mas mesmo assim estão mais fracos no número de pessoas, pois aderiram o modo virtual por sua praticidade.
Nos leilões beneficentes ainda conseguimos um número maior de participantes presenciais. Na verdade, não há vantagem em um ou outro, lógico que no leilão presencial se cria uma motivação e emoção diferente do que é apenas virtual.
Eu acredito que em um pouco mais de tempo, talvez um, dois ou três anos os leilões presenciais vão voltar a ter o mesmo calor e emoção de alguns anos atrás. Temos que levar em conta o trânsito, a segurança, a estrutura que a casa de leilão puder oferecer, pois para o cliente se deslocar, para estar presente ele quer todo conforto necessário para participar. Mas no sentido de resultado as duas formas são vantajosas
Entre suas expertises, está a realização de leilões de espólios. O que leva em conta ao assumir um leilão de espólio?
O leilão de espólio através de uma solicitação tanto da família ou judicial, traz uma responsabilidade maior no sentido de resultado, porque o espólio em si pode ser dividido entre os herdeiros que foram justificados em testamento ou então entre irmãos e outros através de uma causa judicial ou em comum acordo com a família para chegar a um resultado final daquilo que foi herdado.
Concluímos sempre que, o leilão de espólio é uma forma mais democrática das famílias saberem o resultado, o leilão é público e todos os herdeiros podem participar e se houver alguma peça na qual algum deles tenha um carinho especial ou algum vínculo emocional ele pode eventualmente disputar.
Os leilões de espólio têm acontecido com frequência e sempre levam a bom termo no sentido de resultado financeiro.
Por que leiloar espólio é mais rentável para a família?
É mais rentável porque fica concentrada toda a coleção que geralmente é composta de objetos de prata, porcelana, quadros, tapetes, moedas, relógio, móveis e tudo aquilo que compõe uma casa. Tudo isso fica concentrado em cima de um resultado de venda e dá uma conclusão para que a venda seja mais propícia porque a divulgação é feita de uma única vez.
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