Carol Novaes é uma das participantes de “Casamento às Cegas”, da Netflix. A advogada paulista disse o “sim” a Hudson, seu noivo na primeira temporada do reality brasileiro, lançado no mês passado. O programa teve o episódio de reencontro divulgado nesta quinta-feira (04.11), mostrando os casais que continuam juntos ou se separaram desde março, quando encerraram as gravações. A seguir, em primeira pessoa, Carol relata detalhes do programa, o que levou à separação e a demissão do escritório onde trabalhava para se dedicar à carreira artística.
No meu vídeo de inscrição, contei que o meu ex-namorado ia me pedir em casamento, e falei que eu só aceitaria se tivesse anel de noivado. Só que ele não quis me dar a aliança. Fui lá, comprei e não casei nem noivei. Sou independente, comprei em 10x sem juros e me dei de presente de aniversário. Sou filha de mãe solo e meu pai nunca esteve presente na minha vida. Sempre quis ter uma família porque, por mais que nunca tenha faltado nada na minha vida, queria que a minha futura filha tivesse uma família unida.
“A maior lição é que que devo continuar sempre lutando pelo que acredito, independentemente da pessoa me acompanhar, ou não, porque essa é a minha essência.”
Carol Novaes, advogada e participante de “Casamento às Cegas – Brasil”
Moro sozinha desde os 11 anos. Passei muitos aniversários, Dia das Mães e datas comemorativas sozinha. Minha mãe é cozinheira do Marcelo de Carvalho (RedeTV!). Antes, trabalhava com a Luciana Gimenez e precisava morar no emprego. Ela vinha para casa somente quando tinha folga. Nunca tive esse deslumbre com famosos. Para mim, a Luciana era só a Luciana. Conheci o Mick Jagger e ele era apenas o pai do Luquinhas (Lucas Jagger), cresci com ele. São só pessoas comuns. Sempre me trataram com muito respeito, não tem porque deslumbrar.
Rumo ao altar
Já tinha feito outros trabalhos on camera, gostava muito. Fiz o clipe do Vitão… Mas no reality são outros quinhentos, principalmente por ter confinamento. Mas para mim foi tranquilo, justamente por eu ter morado sozinha. Fiquei sem celular, sem televisão e sem falar com a minha mãe nos três meses confinados. Para o meu trabalho, falei que ia para um reality. Para os amigos, simplesmente sumi. Alguns sabiam a verdade. Outros, achavam que estava em um retiro em Nova York. Acharam que ia para o “Big Brother Brasil” porque foi na mesma semana. Quando lançou, viram que não estava lá. Muitos foram atrás da minha mãe, que falava: “A Carol está bem, só se afastou das redes sociais um pouquinho”.
Quando voltei, não pude contar ainda…. Foram sete meses! (risos). Foi tudo gravado em São Paulo. A gente tinha hiatos de quatro dias em hotel, depois ia para a lua de mel. Os “deps” (depoimentos) parece que foram todos gravados ao mesmo tempo, mas a gente foi intercalando. Ia para estúdio, mas tinha continuidade. Sempre deixava a roupa lá, não podia trocar nem a cor da unha ou fazer mudança (no visual) porque senão ia dar diferença. As laces (perucas), deixava tudo organizado e a gente ia trocando. Mas usava sempre a mesma com rabo (de cavalo).
“Foi todo um ciclo. O noivar rápido, conhecer a pessoa e subir ao altar não é nada tradicional ou comum. É uma coisa que deixa o coração quentinho, mas hoje em dia – como estou separando – já penso de outra forma. Eu não casaria em um reality”.
Carol Novaes, advogada
Romantismo x separação
Hoje em dia, eu e Hudson não nos falamos. As coisas que vi no reality foram diferentes das que me eram ditas. Inclusive, tudo. Não confio nele e ele sabe disso. Tem mensagens, falando: “você não confia em mim, mas quero me mostrar confiável”. Eu me apaixonei, sim. E a gente combinou que tentaria fazer dar certo aqui fora, não por fama. Mas as coisas mudaram contra a minha vontade. O que estão falando sobre a questão do namoro, é verdade, sim. Eu quis namorar e ele não. A gente falou que ia casar e tentar rolar aqui fora e um certo dia ele terminou comigo. Falei: você não quer nem namorar? Ele falou: “Não”.
Sofri bastante. Me entreguei intensamente, de cabeça. No programa, não mostrou quantas flores eu mandei pra ele porque sou uma mulher que gosta disso. O lado bom da experiência foi ter sido eu mesma, não mudar por ninguém e as pessoas têm que me aceitar da forma como sou. Fui eu mesma, me entreguei, não mudaria nada. Por mais que a gente não tenha dado certo, falo que deu certo o quanto deveria. Mas não mudaria nada. Participaria de outro reality, só não de casamento. Mas, alô Boninho, tô disposta. ‘A Fazenda’, também. Eu iria! (risos)
Adeus, Vade Mecum
A Carol advogada nunca deixará de existir porque continuarei a pagar a mensalidade da OAB. Mas a Carol, atuando no escritório, não existe mais. Anunciei na semana passada que estava saindo para me dedicar à carreira (de influencer), diversos trabalhos e em linhas que acredito, como representatividade preta. Também sou presidente da Comissão da OAB Pinheiros de Igualdade Racial. Vou poder me dedicar mais.
Comecei uma rede de apoio – porque muitas mulheres vieram me pedir (conselho), de como consigo me aceitar. Reuni psicólogas, psiquiatras, terapeutas para ajudar essas mulheres. Então, essa é a Carol: a que ajuda as pessoas. Para mim, só dar visibilidade para marcas e dinheiro, não adianta. É minha missão na terra: ajudar pessoas. Tem uma fala do Emicida, que diz: toda vez que ele pega uma caneta, um papel ou microfone, ele quer trazer mais da alma para os irmãos dele. É assim que me sinto. Quero trazer mais alma para o preto, mostrar que o preto é lindo, que a mulher preta é linda. Ser filha de mãe solo é lindo e que ninguém deve se sentir menos por isso.
Futuro
Mesmo sendo famosa, agora, a Carol aqui dentro que é de Itaquera, que gosta de sair para comer, andar descalça. Ela existe aqui e nunca vai sumir. Quando estava no reality, estava um tanto quanto doente, com sobrepeso e anêmica em meio à pandemia. Quando voltei (do confinamento do reality), fui cuidar da minha saúde. Contratei uma personal trainer, um nutrólogo e minha mãe é cozinheira, né? Ela cuida da minha alimentação. Emagreci 17 quilos!
Agora, meu trabalho tem uma visibilidade maior. Quem me conheceu antes, sabe que não vou mudar por fama ou por dinheiro. A verdadeira Carol briga, questiona, é eufórica. Não gostei de uma coisa, vou falar, sim. Gostem ou não gostem!
Sou movida a amor. Metade de mim é amor, a outra, também. Não é por conta de uma experiência ruim que eu tive, ainda mais por ter chegado até o altar, que vou deixar de acreditar no amor. Espero encontrar meu príncipe encantado. Mas, por enquanto, vou amando a Carol aqui que gosta de trabalhar e ralar.
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