Veterano com uma vida inteira dedicada às causas sociais, Padre Júlio Lancelotti, por meio da Paróquia de São Miguel Arcanjo, oferece ajuda à população em situação de rua em São Paulo. O padre, que posta todo o seu trabalho em seu Instagram pessoal, foi um dos nomes a ganhar relevância na Brasil durante a pandemia do coronavírus, e fazer diferença nesse momento tão difícil que enfrentamos, mostrando a importância de ajudar ao próximo sem questionamentos. Mas qual a visão do padre considerado “rebelde” por muitos sobre a importância de olhar para o outro?
A solidariedade não é uma dimensão religiosa, é uma dimensão humana, que humaniza a vida.
Padre Júlio Lancelotte
Como doar para Paróquia de São Miguel Arcanjo
Banco Bradesco
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Cc: 034857-0
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Padre Rebelde
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Isso foi um título que uma jornalista pôs em uma matéria, talvez porque eu esteja do lado daqueles que lutam, daqueles que estão em uma situação mais difícil, dos que estão vivendo situação de opressão, de miséria, de esquecimento, de invisibilidade, ou também de discriminação, de preconceito, como é o caso da comunidade LGBTQI+.
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Dia a dia
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Eu não trabalho com a população de rua, eu convivo com eles. E na convivência tem de tudo: acerto erros, conflitos contradições, alegrias descobertas, dor…
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Pandemia de solidariedade
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Eu tenho dito que existe uma pandemia de solidariedade, mas isso não pode ser pandêmico, tem que ser endêmico. Não pode ser uma onda de bem, tem que permanecer.
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Objetivo
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Nosso objetivo não é ser distribuidor lanche e água. Nosso objetivo é quebrar a incomunicabilidade, fazer com que essas pessoas sejam vistas.
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Olhar
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É preciso dar visibilidade ao olhar. Hoje, com ás mascaras, o que a gente vê primeiro é o olhar deles. Estou me alfabetizando no olhar deles, porque é nesse olhar que você lê a solidão, o abandono, a tristeza, a revolta, o carinho, a gratidão… Tudo o que eles querem transmitir e não da pra transmitir pelas palavras.
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Como ajudar?
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É preciso quebrar as bolhas onde vivemos. Ter um olhar atento, um olhar solidário, de onde eu não olho de cima, onde eu olho de igual. Às vezes uma palavra ajuda tanto quanto uma doação. Não conseguiremos ser solidários nas grandes coisas se não conseguirmos ser nas pequenas. Nós precisamos varrer toda a homofobia, toda lgbtqfobia, toda transfobia, o racismo, ódio ao pobre, isso tem que acabar!
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Fé
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Temos que fazer da nossa ação uma oração, e da nossa oração um compromisso. Independe das religiões ou até mesmo quem não tem religião, mas tem espiritualidade, temos que pensar que estamos sofrendo, mas não estamos sozinhos, estamos sofrendo, mas não estamos abandonados, e tenho que ser presença para o outro que sofre também. Todos nós temos que fazer um grande exercício de humanização e tudo isso se transforma em uma grande oração.
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