GLMRM conversou com Juliana Camargo sobre sua jornada, do Turismo e Hotelaria e Gestão Ambiental para uma influente líder na proteção dos animais.
Juliana começou sua jornada em Turismo e Hotelaria, mas foi durante sua pós-graduação em Gestão Ambiental em São Paulo que sua trajetória tomou um rumo transformador. Encontrando sustento como modelo, ela descobriu na televisão uma plataforma para sua mensagem ativista, levando-a a fundar a AMPARA Animal após sua experiência voluntária na AILA. Ao longo dos anos, a AMPARA cresceu exponencialmente, adotando práticas corporativas e expandindo sua influência além das fronteiras do Brasil. Reconhecida internacionalmente, Juliana se tornou uma líder inspiradora na proteção dos animais, profissionalizando e ampliando a visibilidade da causa. Sua determinação incansável e abordagem inovadora impulsionaram o ativismo animal e a destacaram como uma voz credível e poderosa neste campo.
Os posts que mostram bichos como macacos, tigres e cobras como pets são muito fofos. Visualizar e engajar com este conteúdo fofo tem algum impacto negativo?
Os conteúdos que romantizam a ideia de ter animais selvagens como pets são perigosos e os seus impactos são desconhecidos para a sociedade. Esse tipo de conteúdo mexe com o desejo de compra dos usuários e tem um efeito de “bola de neve”: quanto mais a galera curte e compartilha, mais está alimentando o tráfico de animais. Sabia que aproximadamente 37% das buscas por compra de macacos são geradas diretamente por conteúdos do Instagram? Até animais considerados “não tão fofos assim”, como as cobras e serpentes, têm 18% de suas compras impulsionadas por conteúdos do aplicativo.
Além disso, o tráfico ilegal de animais silvestres no Brasil, considerado o terceiro maior mercado clandestino do mundo depois do tráfico de armas e drogas, movimenta milhões de dólares anualmente. O fácil acesso a esses animais através das redes sociais impulsiona esse comércio ilegal, sendo que 9 em cada 10 animais traficados morrem antes de chegar aos seus destinos finais, devido às condições precárias de transporte e manejo inadequado.
Quais são os objetivos da campanha Alg*ritmo Selvagem?
A iniciativa tem o objetivo de diminuir curtidas e compartilhamentos de postagens de animais selvagens sendo tratados como pets, conscientizando o público sobre a responsabilidade de cada um ao engajar em conteúdos como estes.
Por trás desses vídeos aparentemente “fofos” que retratam animais silvestres sendo humanizados ou interagindo com pessoas, existe um real cenário de privação de comportamentos naturais, maus-tratos e, em grande parte, a retirada desses animais de seus habitats naturais de forma ilegal.
Como podemos contribuir com esta ação?
O primeiro passo é se conscientizar sobre o que estamos trazendo com a campanha: que este tipo de conteúdo “fofo” tem impactos negativos reais e preocupantes. O segundo passo é tomar uma ação, reeducando o seu algoritmo do Instagram, o que é bem fácil:
Deixe o Instagram saber quais coisas interessam a você e quais não. Você pode fazer isso nos reels ou nos posts normais em “Explorar”, clicando nas três reticências e depois em ‘Não tenho interesse’. Se fizer isso continuamente, você vai treinar o algoritmo para parar de exibir esse tipo de conteúdo com animais silvestres humanizados.
Além disso, fique atento aos likes, comentários e tempo de permanência. De nada vai adiantar se você continuar dando curtidas, comentando ou gastando vários minutos em conteúdos que mostrem animais silvestres humanizados. Cada interação é valiosa para o Instagram.
- Neste artigo:
- Ampara Animal,
- Juliana Camargo,
- RevistaGLMRM,