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Arquiteta e pós-graduada em design de interiores, Juliana Cascaes entende a arquitetura como uma coletânea de emoções e experiências que devem ser catalisadas para desenhar, não só de maneira estética, mas funcional, os anseios mais íntimos dos seus clientes. Transformar espaços em atmosferas significativas e ecossistemas harmônicos, entendendo cada habitat como único, extrapolando as fronteiras da liberdade criativa é o seu propósito.

A seguir, Juliana compartilha sua visão sobre a arquitetura, detalhes de um projeto recente e suas fontes de inspiração.

Como você define o trabalho como arquiteto?

Eu entendo arquitetura como uma arte, que tenho que fazer algo além das expectativas do cliente, algo diferente, surpreendente, porque se não o próprio cliente pode fazer sozinho a decoração. Além de toda a parte técnica, ergonômica e funcional dos projetos.

Como era o espaço (apartamento, casa etc.) que você recebeu do cliente e como ficou após sua intervenção?

Era um apartamento clássico, com tons de bege, e com paredes divisórias, com a porta que ia para a varanda. Quando eu entrei no apartamento a primeira coisa que me chamou a atenção foi a vista, que por ser a cobertura, tinha uma vista linda, panorâmica de São Paulo porém as portas da varanda diminuíam essa visão. Os clientes por terem filho pequeno e queriam ele por perto brincando, tinham feito da varanda a brinquedoteca. Na hora que vi aquilo já imaginei aquela sala toda integrada e a vista de SP dentro do apartamento, desde quando a pessoa entrasse.

Inicialmente quando você entrava no apartamento já via de frente também a mesa de jantar, que eu não acho isso interessante e nem funcional, portanto, eu mudei completamente o layout do apartamento invertendo a sala de tv e estar com a de jantar e fazendo a brinquedoteca no canto onde antes era a sala de jantar. Muitos móveis foram reaproveitados, somente envelopados pela Art Wall, como a cristaleira da sala de jantar, se transformou na brinquedoteca, após adesivarmos o móvel de cinza e uma parte em azul, tirar umas portas para deixar uns nichos abertos e coloquei um painel em madeira para a televisão.

A mesa de jantar também foi adesivada e troquei somente as cadeiras, o móvel que antes era da televisão na sala com a adesivagem e fechamento das portas das laterais com vidro se tornou a cristaleira e com a mesa pedra que revestimos a escada fizemos um nicho e a lareira.

O móvel da cozinha e eletrodomésticos e do gourmet também se transformaram com a adesivagem e adição de alguns detalhes.

Acho muito importante o reuso dos móveis, não acho que devemos descartar tudo e fazer novo, pois já havia sido feito um investimento dos proprietários naqueles móveis, somente trocando os revestimentos eles ficaram novos.

O teto em madeira mudou totalmente o aconchego do apartamento em composição com o piso cor de concreto.

Transformei o apartamento clássico em um apartamento mais moderno que combina mais com o jovem casal que gosta muito de receber amigos e família em casa, além de ser mais funcional. Preocupei em utilizar revestimentos e cores mais sóbrias e materiais fáceis de manter, como a cor da escada mais escura na pedra Matrix Gold, o piso da Gardenia Orchidea de concreto, os móveis e portas cinza, o tijolinho brick na cozinha, o teto em madeira mais escura.

Para solucionar a brinquedoteca que antes era na varanda para o filho ficar próximo aos pais, projetei ela onde era antes a sala de jantar, porém coloquei uma porta de espelho para dividir com a sala, no dia a dia eles deixam a porta aberta para estarem com o filho e quando recebem visita é só fechar a porta e o espelho reflete a sala, ampliando ela.

Foram usados móveis de grandes nomes do design como a poltrona Up do Gaetano Pesce que é uma peça icônica e se tornou um destaque na sala, além das mesas de centro e o banco do Jader Almeida.

Onde encontra inspirações para se manter atual?

A minha inspiração vem de tudo no meu dia a dia, a minha vida é a arquitetura, desde quando eu acordo, no nascer do sol me inspiro nas cores, até a composição de cores e a montagem de um prato quando estou almoçando, além dos lugares onde eu frequento. As viagens que faço pelo o mundo me inspiram bastante também em ver culturas diferentes, cores, designs, é muito importante estar presente em palestras e feiras de design e arte pelo o mundo todo também. Eu tento absorver tudo o que vejo mas sei que tenho muito o que ver e aprender ainda para me inspirar, estou em constante aprendizagem e inspiração.

 

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Depois

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