Moda

A banda Nouvelle Vague se apresentou em São Paulo, em um show intimista, mas muito animado. Foi engraçado descobrir que uma das vocalistas era brasileira e a outra cubana. Uma banda com nome francês (tudo bem, a formação é francesa), que canta em inglês. E para quem não conhece a banda, elas cantam, em geral, versões bem particulares de hits de diversas décadas. 

* Bem, todas essas misturas, releituras, readaptações, me fizeram pensar, de novo, em um assunto já bastante discutido, defendido ou criticado. A cópia, o plágio, ou digamos “licença poética”. Semana passada vimos que a rede americana Target seria processada pela dupla de estilistas da Proenza & Schouler pela cópia de sua bolsa PS1, a nova “bolsa desejo” mundo afora.

* A bolsa, para quem ainda não viu, é, digamos, um modelo de bolsa-carteiro, um hit ( de novo) da década de 1990. O que parece ter complicado mais foi que a dupla de estilistas tinha sido convidada pela mesma rede para uma parceria, para assinar alguns produtos. E antes que isso acontecesse, a tal cópia foi lançada.

* Não sou fã de cópias, e acho até cafona usar uma “réplica” de marcas como Louis Vuitton, Gucci etc (as monogramadas são as mais difundidas nesse mercado), mas acho divertida e saudável até, as brincadeiras que encontramos por aí. Eu, inclusive, tenho uma “Celine” de moletom da 284, e adoro. É escancarado, é assumido, e isso torna a peça interessante.

* Acredito também que são essas cópias que fazem um produto ser tão difundido, tão desejado, e tão consumido. Nem todo mundo pode comprar a PS1 de US$ 1,6 mil, mas pode comprar uma bolsa carteiro bem mais em conta e se sentir “na moda”, ficar feliz e assumir que o que se está comprando é uma idéia, um estilo, uma lembrança até. E não uma marca.

* O mercado da moda é cíclico, o que está na rua inspira o que vai para as vitrines, e o que está nas vitrines, agora, inspira quem está nas ruas. O legal é ter acesso, e não limitar “a sua arte”.

Por Manoela Fiães