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Quando decidi que passaria um fim de semana no Rio de Janeiro, já sabia que meu próximo texto seria relacionado à cidade, à alguma novidade ou evento que tivesse rolando por lá. Porém, já era domingo à noite, e nada tinha me inspirado particularmente. Foi quando já eram umas dez da noite e parei para assistir a um seriado que estava passando na HBO.

* Chama-se "Mildred Pierce", com a Claire Danes no papel título. A história se passa nos anos 1930, e Mildred é uma mulher avant garde, divorciada (porém amiga do ex-marido), dona de um restaurante de sucesso e mãe de uma adolescente rebelde e ambiciosa, Veda, interpretada lindamente por Evan Rachel Wood. Além da boa história, o que chama atenção no seriado são os figurinos. Especialmente os de Evan, que são mais sofisticados, classudos. As saias retas na altura do joelho e pantalonas, tudo com a cintura bem marcada, casaquetos estruturados, mas super femininos, fora os chapéus que são “de viver por” e estampas com um quê oriental.

* Assistindo à série, me vi reconhecendo vários signos de moda tão em voga no momento. Por mais que atualmente a grande inspiração sejam os anos 1970 e 1990, se formos para aquela velha “fórmula” que a moda se relê de 20 em 20 anos – anos 1930, anos 1950, anos 1970, anos 1990 – estamos no caminho certo. Claro que no passar de cada um desses ciclos de 20 anos vamos somando às inspirações e tecnologias para tecidos, cores e criação de estampas, toda a informação mundial que recebemos, além de nossos próprios desejos.

* Por isso nada é idêntico, mas ao mesmo tempo, muito cíclico e reconhecível. De cara, me vieram os desfiles de Marc Jacobs para Louis Vuitton (Spring 2011 e Pre Fall-2011), além do desfile de MJ para sua própria marca.

* O shape também nos leva muito à YSL, e a beleza à la anos 1930 pode ser vista nos desfiles da Prada e Christian Dior. Aqui no Brasil, podemos sentir o gostinho dessa elegância “antiga” (com uma pegada mais carregada nos 90, é verdade), nos desfiles de Eduardo Pombal para Tufi Duek, Juliana Jabour – com suas saias retas e cardigans compridos, e na sofisticação e feminilidade de Reinaldo Lourenço e Printing.

* Agora é assimilar todas essas referências, imagens, décadas – tão distantes, mas tão complementares – e acreditar na sensualidade da saia lápis, das longas e retas, das camisas de seda e, até, de um belo chapéu nas tardes de sol.

Prada e Louis Vuitton: perfume da década de 1930

Por Manoela Fiães

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