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Maio é o mês das noivas. Uma época muito mágica para as felizardas, mas um pouco neurótica também, acredito. Quem já casou sabe muito bem sobre o trabalho que dá preparar um casamento. Desde o pedido do noivo até a missão de escolher padrinhos, preparar a festa, convites, procurar o estilista que vai fazer o vestido, degustação de buffet… Ufa, já cansei só e pensar. Imagine então, nesses tempos de crise, a loucura que deve ser!? Geralmente, tudo é planejado com muitos meses de antecedência e com muito cuidado para que as coisas se encaixem no quadro de despesas e não haja nenhum estouro.

Para cada pessoa, o casamento tem o seu significado ou seu valor. As diversas tradições que existem ao redor do mundo mostram como cada um trata o seu estilo e crença nesse juramento que, supostamente, deveria ser eterno. Supostamente porque hoje em dia são raros os casamentos que vivem uma relação “forever and ever”. Mas existem casos e casos. Minha prima, por exemplo, se casou recentemente e sua história vem sendo criada com muito respeito e amor, de verdade. Isso se vê nos olhos dos dois. Casar envolve um milhão de planos, mesmo sendo uma união matrimonial diferente dos tradicionais – igreja/recepção. 
Começa então a superprodução… Comandado pela mãe da noiva, que geralmente se responsabiliza pela cerimônia e recepção, oito meses antes, a partir do noivado que aconteceu em agosto, o casamento tinha uma proposta diferente: ser fora da cidade natal dos pombinhos. Paraty, que é um lugar onde os dois frequentaram muito durante o namoro de sete anos e meio, foi a cidade escolhida para a celebração. A noiva quis que tudo fosse bem regional. Além de facilitar toda produção, ficaria dentro do contexto que ela idealizava. Para a preparação da festa, a mãe, que por profissão já é uma superdecoradora, foi a responsável pelas despesas e produção geral de tuuuuudo. Cuidou de todos os detalhes minuciosamente. Foram tantas planilhas, pastas e pastas de papeis, “post-its”, que só sendo uma profissional mesmo pra não enlouquecer. E ela tirou de letra. 
O vestido da noiva e madrinhas ficou por conta de Odete Moura, da Bicho da Seda, lembram? A noiva quis um vestido simples e ficou linda num tomara que caia com babados de renda. O noivo foi de bermuda e camisa manga curta branca – nada melhor e mais confortável do que isso. Primos e tios fizeram uma entrada de fraque ou terno e… sunga. Foi o momento hilário da cerimônia. As pessoas que passavam na rua não entendiam se aquilo era um casamento de verdade ou uma filmagem. Virou atração turística! Só mesmo na minha família pra acontecer isso!

Na escolha das madrinhas já começaram as divergências. Uma estava grávida e ia parir próximo ao casamento e a outra iria fazer um intercâmbio. Além disso, a irmã do noivo ia mudar de país, um dos padrinhos não conseguiu vir porque sua família foi assolada pelo poderoso terremoto que arrasou a Itália há pouco, entre outros problemas. A escolha do mês de maio foi por pura necessidade, afinal de contas isso tudo envolve muitas pessoas com agendas variadas. Por ser um feriado longo, o “save the date” teve que ser o primeiro item a se tornar prioridade, pois todos os convidados teriam que se locomover de suas respectivas cidades até Paraty e reservar pousada. A pousada do Sandi foi a locação escolhida para ser realizada a cerimônia e festa. Os padrinhos, avós e pais se acomodaram nos 26 cômodos.  
A noiva quis que tudo fosse da maneira mais simples possível, mas quem disse que é tão fácil assim!? Os noivos escolheram fazer um site como convite seguido de um convite oficial. Tudo com o jeito e a história que a noiva tinha na cabeça. Em dezembro os noivos e pais da noiva foram a Paraty pra começar a fechar tudo. Depois de meses, de algumas viagens à cidade e de várias degustações, o restaurante escolhido para fazer o menu foi o Banana da Terra, muito charmoso, de comida sofisticada e gostosa. Fotógrafo e vídeo maker também foram escolhidos na cidade. Já os doces e as flores vieram de São Paulo. O toldo pra cobrir a piscina do hotel, que por sinal foi providencial porque choveu pencas, chegou dois dias antes da festa. O deejay veio de Campinas com o setlist todo feito só com músicas do gosto dos dois. Tentei dar uma palhinha, mas não deu muito certo. Queria me divertir porque o som estava excelente e ficar presa na mesa pensando no que tocar não foi muito boa idéia da minha parte…

A cerimônia foi feita sem padre, num ritual organizado por um pessoal de teatro chamado "Tablado de Arruar" e a irmã do noivo, que é integrante do grupo, cantou lindas musicas românticas. Toda aquela cena da noiva vindo pela rua das pedras fez muita gente borrar a maquiagem. Fizeram juras de amor, fofas e engraçadas, tipo: “jura que vai achar ótimo quando eu for jogar futebol?” ou “jura que você vai me agüentar quando eu ficar chata?". Tem que fazer jurar mesmo porque qual mulher não fica chata? E que homem não gosta de futebol, hein? O casamento foi realizado num final de tarde na praça ao lado da pousada. No dia anterior, choveu muito e existia uma estrutura armada caso não desse pra fazer fora. Mas no fim tudo deu certo. O céu ficou cinza e as gotas de chuva começaram a cair logo que o último convidado chegou para aproveitar a festa, que começou cedo e seguiu até 3h. Para o deejay foi como se fosse uma rave – ele tocou sem parar durante 10 horas. Para os noivos, uma bela história de amor digna de filme com final feliz, mas totalmente real. É isso aí, o amor está no ar!

Por Lara Gerin

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