Dizem que a maior tendência da moda hoje é não seguir tendência, o que eu acho ótimo, já que faz com que as marcas ousem um pouco mais na criação de uma história própria em vez de pegar o camimho fácil da reprodução de ideias e tendências internacionais.
A semana de moda carioca mostra que as marcas no Rio ainda estão nessa fase, com coleções muito semelhantes, que olharam para o trabalho das mesmas grifes (Lanvin, Givenchy, Balenciaga). O jornalista Godfrey Deeny, do “Financial Times”, me disse que, de fato, faltava mesmo um “brazilian twist” às coleções mostradas durante o Fashion Rio.
Aconteceu diferente com a SPFW em que marcas apostaram em ideias diferentes e respeitaram seu DNA. Seja ele comercial ou autoral, o que importa é que muitas foram sinceras a sua própria história. Os melhores desfiles foram:
ALEXANDRE HERCHCOVITCH FEMININO
HUIS CLOS
REINALDO LOURENÇO
OSKLEN
MARIA BONITA
Entre as ideias que surgiram na passarela, as que mais se evidenciaram são:
Bordados, pedrarias, paetês, franjas e canutilhos são alguns os recursos usados para ornamentar as roupas. Enriquecem o look com brilho e texturas diferentes
O preto domina, mas o off white, o verde oliva, o cinza e o rosa pálido também tem um espacinho na cartela de cores
Rigor no design: formas estruturadas aparecem como um desejo forte em marcas preocupadas com design e inovação, como Osklen e Gloria Coelho. Ombros estruturados e cintura marcada também marcaram a temporada
A alfaiataria aparece com referências militares, como no desfile de Reinaldo Lourenço, nos trench-coats da 2nd Floor e nos inúmeros paletós femininos, além de inspirar formas trabalhadas em outros tecidos
Nunca se viu tanta mistura de materiais em uma mesma peça. Vimos combinações até então pouco exploradas, como renda e neoprene, na Rosa Chá. Couro e tricô também apareceu bastante.
por Camila Yahn