Que triste notícia para o mundo da moda a morte de Alexander McQueen. Detalhes à parte, vou comentar somente sua genialidade, descoberta aos 20 anos pela editora britânica Isabella Blow, morta em 2007. Sem cansaço, a cada temporada, McQueen nos transportava para mundos distantes e, muitas vezes, fantasiosos. Das estrelas de cinema dos anos 50 à história da menina que morava dentro de uma ávore de seu jardim, o público e os fãs se deliciavam com suas invenções. As roupas, sempre impecáveis, uma herança do início de sua carreira como alfaiate da Savile Row.
Junto com Galliano, McQueen era responsável pelos shows mais inéditos, surpreendentes e absurdos da história da moda. Lembro de quando era bem jovem, morava em Londres e saía com meus amigos perambulando pelas lojas da Bond Street. E eles me perguntavam: de qual estilista você gostaria de ser musa? Alexander McQueen.
Nunca me esqueço que chorei ao ver um de seus desfiles (não consigo achar a data), em que as modelos entravam por um túnel transparente de ar, e uma capa estampada, quase um páraquedas, abria por trás delas, impulsionado pela força do vento, criando uma das imagens mais lindas e fortes para mim.
E como esquecer da homenagem holográfica a Kate Moss? Aquilo foi de arrepiar. Uma parceria com o fotógrafo-mago Nick Knight, que encerrou seu desfile de Outono-Inverno 2006, com uma imagem de Kate flutuando no ar, puro sonho.
McQueen foi um gênio. E como todo gênio, também deveria sentir aquela perturbação e frustração que normalmente acompanham as pessoas muito inteligentes. Não deve ser fácil estar sempre na frente. Dizem que ele se foi para encontrar com sua mãe, morta uma semana atrás. Para quem fica, uma grande perda. Para ele, quem sabe, um alívio. Para a moda, uma história que jamais será esquecida.
Por Camila Yahn
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