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Moda
Foto: Reprodução/Unsplash

O fim da “logomania” é uma tendência que está chacoalhando o mundo da moda, conforme GLMRM contou aqui. E, um dos resultados dessa nova preferência por itens que continuam caríssimos e seguem vendendo aos montes resultou em uma nova classificação que está sendo informalmente chamada por especialistas de “quiet luxury” (luxo silencioso). Ou seja, o chique agora é usar roupas, acessórios e afins muitas vezes até mesmo sem o nome de seus fabricantes escritos em suas etiquetas.

Essas peças “anônimas”, por assim dizer, surgiram não apenas porque a obsessão de algumas pessoas por produtos com símbolos de grife – em alguns casos até exageradamente aparentes -, se tornaram “cafona”, mas também porque as diferenças sociais entre os mais ricos e os menos favorecidos, que costumam chamar mais atenção em tempos de incertezas na economia global, de certa forma protege os fashionistas de serem acusados de pensar mais em manter um closet que grita dinheiro do que nas formas que poderiam usar para ajudar os que vivem de maneira inversamente oposta.

Inclusive, já existem até algumas peças que são vistas como símbolos dessa “quase revolução”: os suéteres de cores neutras que fazem parte das coleções mais recentes da Celine e da The Row, por exemplo, são tão discretos que não seria exagero dizer que Anna Wintour é a única pessoa capaz de identificá-los a olho nu. Um outro é um par de botas pretas da Prada, feito de couro da melhor qualidade, mas sem o menor sinal de qualquer detalhe característico que os ligue à maison italiana.

Mas, apesar desse “silêncio luxuoso”, não há ainda nenhum indicativo de que a indústria global de luxo corre algum risco de ver seu ritmo de crescimento há décadas acelerado diminuindo por conta desse ou de outros fatores possivelmente negativos. Nesse ano, por exemplo, o segmento exclusivo deverá atingir receitas totais de US$ 292,9 bilhões, conforme previsões de bancos de investimentos, que também estimam a cifra de US$ 369,8 bilhões para 2030, com pelo menos uns US$ 3 bilhões (cerca de R$ 14 bilhões) destes provenientes do tal “quiet luxury”, até lá já devidamente capitalizado como uma espécie de “nicho de outro nicho” com conotação ainda maior de exclusividade.

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