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GLMRM conversou com Ana Pessoa, para entender a origem da marca, o significado dos omamoris e seus planos futuros

CRÉDITO GAL OPPIDO

Quando a empresária Ana Pessoa recebeu um convite de monges xintoístas do Japão para desenvolver a primeira linha de amuletos em forma de semijoias, ela achou que era brincadeira. A pandemia estava no auge e Ana, antropóloga e jornalista de formação — tendo coordenado os principais telejornais da TV Globo —, nunca havia trabalhado com design ou produção em escala de joias.

Mas quem tem coragem de contrariar um monge? O desafio se transformou em uma intensa pesquisa sobre produção sustentável de fibras naturais do Jalapão (TO), culminando em um filme, visitas a minas de pedras preciosas, supervisão do corte das pedras, escolha de ourives experientes e definição de um plano logístico para levar matéria-prima do Brasil à Ásia. De lá, os produtos finalizados, em uma edição limitada de braceletes e colares abençoados no Monte Fuji, no Japão, ganharam o mundo. Foram três coleções e uma mudança radical de vida: Ana deixou Singapura, fechou as empresas de TI e esportes que comandava há sete anos e mergulhou de cabeça no xintoísmo.

Como surgiu a ideia da marca?

Foi um convite feito pelos monges do templo Takeda (Yamanashi, Japão), santuário localizado aos pés do Monte Fuji, para criar amuletos que pudessem ser enviados às pessoas impossibilitadas de entrar no Japão durante a pandemia. O nome Kami No Michi (Caminho dos Deuses) foi escolhido de forma unânime. O processo criativo, liderado pelos monges — incluindo um gemólogo —, levou Ana a visitar minas de topázios e esmeraldas, contratar profissionais de lapidação na Índia, instalar a linha de produção na Tailândia e conhecer as artesãs da comunidade quilombola Mumbuca, no Jalapão, Tocantins, para entender a produção com capim dourado.

O que é omamori e o que cada um significa?

Omamori (御守 ou お守り) são amuletos japoneses comumente vendidos em santuários xintoístas e templos budistas. O omamori consiste em um pedaço de papel ou madeira com uma mensagem de sorte, paz e fé, além do nome do templo ou santuário onde foi obtido, guardado dentro de um saquinho de tecido com um cordão, para ser amarrado em qualquer lugar. Normalmente, têm duração de um ano e objetivos bem definidos, como arrumar marido, ganhar dinheiro ou passar em uma prova. É comum vê-los pendurados dentro de automóveis, bolsas ou outros locais para atrair sorte. Omamoris tradicionais não são vendidos em lojas, apenas em templos ou sedes religiosas.

O que o xintoísmo tem a nos dizer sobre a vida?

O xintoísmo defende que o ser humano deve se conectar integralmente com a natureza. Quem cuida do mundo consegue perceber e entender coisas que passam despercebidas para aqueles imersos no corre-corre do dia a dia. Além disso, o xintoísmo ensina que, para receber do sagrado, é preciso pedir — e sem restrições.

O que o público pode esperar da Kami No Michi para 2025?

A segunda coleção será uma homenagem à patrona de 2025: Benzaiten, ou Benten, também conhecida como a Deusa Cobra. Essa linha contará com materiais como pedra-sabão, capim dourado e buriti, celebrando a poderosa deusa, patrona das artes e da música.

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