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B33 DIOR
Foto: Divulgação/Dior

A Dior recentemente anunciou o lançamento de seu novo tênis em edição limitada. Uma coleção chamada B33, que tem o potencial de marcar uma virada para a Web3 na maneira como as marcas de luxo abordam essa versão descentralizada da Internet baseada na blockchain, a tecnologia por trás de muitas criptomoedas.

Para a maison Dior, é sua nova coleção de tênis que simboliza sua entrada na Web3. Um produto exclusivo a 1200 euros cada (ou 0,7 ETH, a moeda da blockchain Ethereum) no momento do lançamento em meados de julho. Uma abordagem que marca uma virada ao colocar no centro de seu projeto Web3 um novo produto. Uma forma de se destacar das outras grandes marcas de moda e luxo, que alguns meses atrás apostaram em projetos Web3 com um foco puramente digital ou comunitário para seguir a tendência das coleções NFT em crescimento. Uma tendência que não foi seguida pela Dior, que optou por uma abordagem totalmente diferente, mais exclusiva e autêntica. Aqui, não há criação de uma plataforma Web3 chamativa com uma narrativa elaborada, o produto em si é suficiente, ou quase.

B33 DIOR
Foto: Divulgação/Dior

Portanto, esqueça os termos que poderiam despertar a curiosidade dos “Degens”, os colecionadores de NFT desde o início. Também não se fala diretamente de Web3, a referência é mais sutil no nome da coleção em si, chamada B33. Como uma piscadela discreta para os inúmeros projetos corporativos Web3 que muitas vezes abusaram do uso do número 3 em vez da letra E.

Dior prefere, portanto, voltar aos elementos técnicos que fizeram o sucesso da tecnologia blockchain. Em vez de falar de NFT, a casa anuncia que cada par de sapatos virá com uma chave criptografada que permitirá duas coisas: a primeira é acessar a rastreabilidade do processo de fabricação do produto, a segunda é acessar experiências exclusivas da marca. Criptografia e rastreabilidade, resumindo, são valores-chave adicionados pela tecnologia blockchain que às vezes tendemos a esquecer por trás das nuances de marketing dos “projetos Web3”.

Com seu projeto B33, a Dior destaca o uso da tecnologia blockchain. Mais especificamente, a blockchain do consórcio interno: Aura Blockchain. Lançada pelo grupo LVMH, já reúne várias marcas de luxo do grupo, incluindo a LVMH. Uma infraestrutura tecnológica que facilita muito a realização da parte técnica de um projeto como esse.

O caso Dior B33 é, portanto, um verdadeiro exemplo que demonstra que é possível usar a tecnologia blockchain como meio de criar valor em torno de um produto existente ou de um novo produto. Não se trata mais de se tornar uma marca Web3, mas sim de usar o Web3, sem necessariamente usar os termos culturais associados, mas sim destacando a própria tecnologia. O Web3 não como um luxo em si, mas como um amplificador do luxo. Uma abordagem que certamente fará toda a diferença, mesmo que não deva ser a única. Agora, será interessante acompanhar a evolução da maison Dior no ecossistema Web3 após essa entrada distinta que não deve deixar de inspirar o mercado.

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