Com mais de 20 lojas pelo Brasil, o empresário e estilista Ricardo Almeida quer voltar às origens. O maior nome da alfaiataria nacional, que já vestiu de Lula a Rodrigo Santoro e assinou as roupas da Seleção fora de campo, quer reposicionar sua marca e resgatar o atendimento exclusivo e o corte sob medida que o consagraram na década de 1990.
O confinamento e o fechamento das lojas durante a pandemia foram os grandes responsáveis para que Ricardo Luiz Pereira de Almeida, um paulistano de 67 anos, aumentasse sua admiração pelo slow fashion. A estratégia é repaginar a marca com uma proposta ainda mais exclusiva, com tecidos e modelagens mais finos, além da retirada da logomarca de algumas peças, conferindo um ar minimalista.
Algumas lojas de shopping deram lugar a sofisticados ateliês conceito, como o de Brasília e o de Belo Horizonte. A menina dos olhos, no entanto, será o ateliê de São Paulo, no complexo Cidade Matarazzo, que fica no centro da capital paulista e abriga o hotel de luxo Rosewood. Vai ser uma área com mais de 770 m2 com bar, música, mesa de sinuca e pingue-pongue, como na antiga loja da Vila Nova Conceição, mas muito mais exclusiva. O atendimento será com hora marcada e o cliente contará com peças sob medida, além de poder optar pelo serviço de consultoria de imagem, oferecido por Kaisla Almeida, mulher de Ricardo.
Para ele, o diferencial de sua marca é o vanguardismo e sua presença tanto na criação como na modelagem das roupas. “Odeio mesmice”, dispara ele, que, em 1991, quando abriu a primeira loja, causou furor ao apresentar ternos em tons de vermelho, azul-turquesa e verde-limão. Não à toa, a marca caiu no gosto de publicitários e artistas.
Casado há três anos com Kaisla, Ricardo tem cinco filhos e três netos. Com os caçulas Arthur, 17, e Ricardo, 19, planeja uma parceria com pegada mais jovem, em que os filhos vão cuidar do estilo e ele, da fabricação. Já Kaisla promete dar novo gás à frente do braço feminino da marca, que vinha ficando de lado por falta de tempo do estilista. Workaholic, Ricardo sai diariamente de moto de sua casa, no Jardim Europa, antes das 7 da manhã, e só retorna da fábrica, que fica ao lado da Pinacoteca, no centro de São Paulo, depois das 20 horas.
A seguir, Ricardo responde perguntas sobre si mesmo; confira:
Herança dos pais: Respeito com todos
Moda é: Diversão
Beleza da moda nacional: Criatividade
Estilista genial: Tem muita gente boa. Por isso, prefiro não citar ninguém
Cor: Uso muito preto porque, para mim, funciona como um fundo infinito. Mas não tenho apego a apenas uma cor. Já fui do vermelho, do azul, do amarelo…
Se não fosse estilista: Seria arquiteto ou designer de móveis
Maior luxo: Ter tempo
O que mais gosta de fazer em casa: Receber os amigos
Música: Eletrônica
Primeira coisa ao acordar: Tomar banho. Senão, não acordo. Meu despertador toca às 6h45
Livro do momento: Nunca consegui ler um livro. Não sei se é problema de quem é da área de criação. Leio e começo a fantasiar e saio da história. Não dou conta
Podcast: Não tenho tempo
Viagem mais marcante: Maldivas
Amar é: Entender o outro
Casamento é: Companheirismo
A matéria completa está na nova edição da Revista Poder