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mercado de luxo
Foto: Getty Images

O futuro da indústria global de luxo não tem nada a ver com o crescimento do público consumidor de alta renda da China, nem com a geração Z e muito menos com os millennials – mesmo apesar de que este último grupo (formado pelos nascidos entre 1981 e 1996) deverá representar 40% do total de consumidores das marcas luxuosas já em 2025. Para Jonathan Siboni, fundador e CEO da consultoria francesa Luxurynsight, a maior preocupação de grifes como Chanel e Dior nesse momento é uma só: encontrar urgentemente a melhor forma de continuar “traduzindo” a emoção de suas criações em um mundo cada vez mais dominado por uma inteligência artificial (IA), coletora de intimidades e particularidades que nem seus possuidores imaginam ter.

Pesquisas recentes, como o relatório “Global Powers of Retailing”, divulgado pela Deloitte em fevereiro, e uma outra de janeiro, da S&P Global, com as maiores tendências corporativas dos próximos anos, deixaram claro que a pandemia mudou o mundo do avesso, a publicidade e a mídia precisarão se reinventar a fim de continuar tendo relevância em um ambiente no qual é visível que a divulgação de produtos e serviços será baseada daqui para frente em uma ligação direta com o consumidor final. Razão pela qual, segundo Siboni, é tão importante para os grandes players do luxo saber exatamente quem ele é.

E, diretamente ligado a essa revolução já em andamento e cujo ápice é previsto para 2026, a importância do “big data” na busca pelo perfil exato desse indivíduo é sua pièce de résistance. A Chanel, por exemplo, há tempos investe no desenvolvimento de aplicativos que coletam o maior número de dados possíveis de seus clientes, um deles, inclusive, disponibilizado exclusivamente para os compradores de seus relógios. Coisas do tipo serão cada vez mais comuns, sobretudo porque a própria indústria global de luxo é há tempos uma das que mais cresce e deverá continuar crescendo por muito tempo ainda.

Saber desde já como continuar mantendo a melhor relação possível com sua clientela que preza, acima de tudo, pelo diferencial que torna uma bolsa como a Birkin, da Hermès, um “ativo” de Є 10 mil (R$ 52,1 mil) só por ter uma costura com falhas que, ainda invisíveis, provam que sua fabricação pelas mãos de um artesão e não por uma máquina, como as da Zara, de costuras perfeitas (e vendidas por menos Є 50/$R$ 52,10), a mais desejada. Descobrir como emocionar essa clientela para mantê-la fiel, o que talvez a IA ainda consiga, é o que determinará os vencedores dessa guerra.

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