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Logo após o fim da pandemia, Daniela Falcão, jornalista com décadas de carreira, decidiu usar sua influência e experiência para impulsionar a criação artística em todos os 9 estados que compõem a região nordestina do país. Voltando às suas raízes, no Recife, a também empresária teve contato direto com a moda regional e enxergou ali a oportunidade de fazer algo que representasse sua trajetória e oferecesse mais oportunidade para os novos nomes da moda que estão por vir.

Numa tentativa de desassociar o Nordeste à escassez e pobreza, Daniela fundou a hub com o objetivo de estimular estilistas, marcas, designers — bem como artistas plásticos e gastrônomos — que representassem sua cultura de forma moderna.

“Percebi que existia uma lacuna que eu poderia preencher de conexão entre esses estilistas, designers, artistas plásticos que faziam trabalho original e dialogavam diretamente com os saberes ancestrais do Nordeste nas técnicas e na temática, e traziam uma visão contemporânea que interessava muito. O Nordestesse veio dessa percepção: uma plataforma que fomenta e impulsiona o talento de marcas que já existiam, mas não tinham contato com o mercado consumidor, mídia e formadores de opinião.”, explica Daniela.

Desde o início, a plataforma tem sido referência ao oferecer suporte em divulgação, mentoria, curadoria e muito mais para marcas que trouxessem os saberes originários do Nordeste em suas criações. Além de levar os maiores formadores de comunicação para conhecer de perto todos os processos que envolvem os designs, foi com o Nordestesse e seus eventos que marcas nordestinas chegaram até o principal eixo comercial do Brasil: São Paulo, como aconteceu no evento junto à Pinga, poucos meses após a inauguração do hub.

“Foi o momento em que testemunhamos a aceitação que os produtos tinham. Era para ser só um teste e acabou sendo um sucesso, não apenas por vendas e números, mas pelo feedback maravilhoso do público após conhecer tantos criadores do Nordeste.”, completa a empresária.

O próprio São Paulo Fashion Week (SPFW) acabou ganhando mais cor junto das marcas parceiras do Nordestesse.

Outra novidade foi a recente inauguração da loja Dona Santa + Nordestesse no Shopping Iguatemi, que reuniu 19 marcas diversas que trazem uma curadoria especial de Juliana Santos e Daniela Falcão, junto de representantes do que há de melhor na produção nordestina. “O shopping é uma referência quando falamos sobre produtos sofisticados e de luxo no país e o produto da curadoria do Nordestesse tem todas as qualidades para dividir araras e estantes com grifes internacionais. Acreditamos muito que ocupar esses lugares de luxo seja importante para sair do espaço de senso comum para esse tipo de produto, os balneários. O que nós esperamos dessa loja em parceria com a Dona Santa, que há 30 anos faz uma curadoria impressionante, é que o consumidor paulistano consiga resolver seus desejos de moda para o verão conosco.”, afirma a jornalista.

 

Empreendendo aos 50

Depois de passar por redações hardnews e especializadas em moda, se dividindo entre Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, foi no retorno à casa, em Recife, que Daniela Falcão decidiu mudar o rumo de sua carreira e se reencontrar como profissional.

“Poder empreender e valorizar o setor criativo do Nordeste para ressignificar o imaginário da região me traz a sensação de começar de novo, uma nova oportunidade de vivências e experiências.”, revela a ela.

 

Segundo a própria, apesar de muitos acharem que mudanças podem ser difíceis quando se é mais velho, esse pode ser o melhor momento para sentir o novo. “Empreender pela primeira vez, como eu estou fazendo, pode causar inseguranças, ainda mais depois de tantos anos no meio corporativo. A coragem de errar é extremamente importante para o empreendedor. Nem tudo o que você fizer vai dar certo, e tudo bem! É um desafio abrir seu negócio aos 50 anos, mas justamente por isso você rejuvenesce. O aprendizado te traz perspicácia e energia, quase que numa sensação de Benjamin Button: estou ficando mais jovem e não mais velha.”, completa.

 

Um legado social

Todas as marcas atreladas ao Nordestesse passam por uma avaliação minuciosa pela equipe e pela própria Daniela, que garantem não só a qualidade de um produto único como a preocupação pelo meio ambiente e pelas pessoas inseridas nos processos de confecção. Dessa forma, são gerados empregos justos para pessoas que trabalham de modo a diminuir o máximo possível os impactos ambientais, preocupação praticamente natural para os criadores nordestinos.

“As marcas que apoiamos têm um papel de impacto social muito grande porque, em geral, elas trabalham com cadeias de artesanato. Nessa condição, temos uma responsabilidade muito grande, já que a renda gerada afeta comunidades que precisam muito desse dinheiro”, conta Daniela. “Nossas marcas têm como essência o impacto ambiental, já que quem vive na escassez não desperdiça. É uma lição que fica para todos, inclusive! Usamos muitos tecidos biodegradáveis e tingimentos naturais, muito pela conexão forte que temos com o ambiente”, acrescenta.

Com essa história, de impacto e influência, o Nordestesse segue como constante lembrete do quão rica e diversa é a cultura nordestina e do porquê precisamos olhar atentos para aquilo que nos construiu como nação.

“As origens do nosso país começam pelo Nordeste e, por isso, ao ver Brasil, vemos Nordeste. Acredito que temos dois fenômenos que marcam muito esse apreço pela região: é a conexão com quem nós verdadeiramente somos, muito derivada do momento de introspecção na pandemia, e também a valorização do handmade e das habilidades manuais, como crochês e bordados, que ganharam espaço não só aqui, mas em grandes grifes internacionais”, finaliza Daniela.

 

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