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Por trás de uma fachada vitoriana branca de uma tradicional town house em Londres, há uma bomba de cor, textura e ousadia. Trata-se de uma coleção de obras de arte criadas exclusivamente por mulheres. Entre as artistas estão Judy Chicago, Cecilia Vicuña, Francesca Woodman, Lisa Brice e Kiki Smith. “Eu sou brasileira”, diz a proprietária da casa e da coleção, a pintora Lise Grendene em entrevista a Architectural Digest. “Tento trazer um pouco do Brasil para o Reino Unido”, afirma. De fato, ela introduziu uma grande dose de luz e vibração ao país europeu que tem chamado de lar nos últimos sete anos. “Decidi que queria cores fortes para dar à casa mais personalidade e borogodó”, diz.

A casa de cinco andares chama atenção pela localização, um ponto de paz e verde na capital inglesa. “De todas as janelas, por onde quer que você olhe, você vê a natureza, você vê o verde. E isso é muito importante para mim”, explica. Por isso, segundo revelou à publicação especializada em arquitetura, o que a fez fechar negócio foi a sala inundada de luz natural e repleta de janelas que se tornaria seu estúdio. “É o meu lugar feliz”, declara.

Ela conta que confiou em sua intuição ao traçar o plano para a decoração da casa. No imóvel de quatro quartos e quatro banheiros há arte por todos os cantos, inclusive pinturas de sua própria autoria, que quase não carecem de cor. Há um autorretrato e um retrato de seu namorado, que encerram uma obra de Kiki Smith pendurada em sua sala de jantar. “Gosto de arte muito forte”, diz, “e gosto de muitas cores. Então tento harmonizar tudo.”

A seleção de móveis clássicos da artista pretendia complementar toda essa arte e cor. Entre as peças, há um conjunto de cadeiras Gio Ponti e luminárias de Gaetano Sciolari. “Sempre fui fascinado pelos anos 60 e 70: o estilo, a vibração, a liberdade, o excesso”, descreve. Assim, a casa foi mobiliada com cama, mesa de centro, cadeiras e toucador desse período. Já espaços como o quarto principal, o banheiro e a cozinha são bastante discretos e apresentam tons pastéis e neutros. “Adoro cores, mas não no quarto, porque elas têm um efeito emocional, podem mudar o seu humor,” pondera.

A um só tempo serena e dinâmica, casa desperta a criatividade. À sua maneira, cada elemento fala com seu ethos focado na mulher. “Eu respeito todos os tipos de feminilidade: suave, forte, gentil, ousada”, diz a artista, “e acho que todos temos isso dentro de nós, inclusive os homens”. Ela é uma patrocinadora assumida das mulheres em parte porque “a indústria e o mercado da arte ainda são muito dominados por artistas homens”. Ela fala com igual paixão sobre cada criativo que ilustra sua casa, da vanguardista artista cubano-americana Ana Mendieta à feiticeira da pigmentação abstrata Suzan Frecon. “Eu me sinto pessoalmente fortalecida e inspirada ao passar por essas artistas mulheres incrivelmente talentosas,” conclui.

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