A revista PODER online conversou com Brenda Valansi, idealizadora e presidente da ArtRio e da ArtSampa. As duas feiras nasceram com a proposta de serem plataformas com calendário anual para permitir que diferentes públicos tenham acesso à arte. Isso quer dizer que, além das exposições, há outras ações durante o ano para incentivar visitas a museus e galerias, além de atividades culturais. Brenda diz que trabalha para que a diversidade esteja não só no público que prestigia o evento, mas em todas as pontas do mercado de arte – de artistas a colecionadores.
Quais são as expectativas em termos de público e de negócios para esta edição da ArtRio?
Este ano, a feira ocupa um espaço 25% maior que o de 2022, e o comitê curatorial selecionou galerias nacionais e internacionais com atuação de excelência – são cerca de 75 galerias e instituições de arte que vão expor mais de 2 mil obras. Sem falar da programação diversificada, que inclui debates sobre temas relacionados à arte e a esse mercado, e o lançamento de vários livros.
Em relação ao público, nossa expectativa é receber cerca de 65 mil visitantes – cerca de 30% mais do que o público de 2022. As galerias estão com altas expectativas para a negociação de obras e apostam em seus melhores acervos e recortes curatoriais.
A feira está muito diversa e mais alegre. Os desafios das questões sociais continuam refletidos nas obras, mas de uma forma mais altiva. Os artistas jovens efetivamente ocuparam seus espaços e estão reconhecidos por seu trabalho, valores e conquistas. Em relação ao público, também temos notado que há cada vez mais jovens entre os visitantes.
Qual é o perfil dos expositores?
Não temos dados numéricos, mas podemos reforçar que o incentivo à diversidade entre os galeristas, artistas e público visitante é nossa prioridade. Assim como os projetos de acessibilidade que trabalhamos ao longo do ano.
É muito importante para nós ter a participação de instituições como a Casa Nem [centro de acolhimento do Rio de Janeiro para pessoas LGBTQIA+], Rede NAMI [rede feminista de arte urbana que atua contra desigualdade de gênero e violência doméstica] e Ateliê TRANSmoras [espaço de produção de arte, moda e cultura voltado às pessoas trans que fica na UNICAMP]. Assim como ver a valorização de jovens artistas vindo de comunidades ganhando espaço.
Quem é o colecionador de arte brasileiro?
O perfil dos grandes colecionadores permanece o mesmo – profissionais e empresários dedicados à arte, mas com perfil low-profile. Mas é importante reforçar o crescimento de um grupo de jovens, que está começando a comprar peças de arte, inclusive on-line.
O que o Brasil representa no mercado global de arte? Estamos evoluindo? O que você vê para o futuro?
Nosso país é reconhecido por ter um mercado de arte em expansão com as melhores práticas e ética em relação ao mercado global. Ainda existe muito potencial para crescimento, mas as bases estão sólidas. Acredito muito no mercado nacional de arte, e um dos indicadores é o enorme sucesso da ArtRio e seu impacto em toda a cadeia econômica da região.
- Neste artigo:
- artrio2023,
- Brenda Valansi,
- design,