Antes considerado uma forma de garantir aos superricos do planeta a aposentadoria em lugares livres dos problemas comuns nas grandes metrópoles, os “golden visas” agora estão sendo utilizados aos montes pela turma que não checa o saldo antes de sair às compras para poder se livrar das restrições de viagens durante a pandemia. Para quem não sabe do que se trata, os “golden visas” (também chamados de “passaportes dourados”) basicamente são vistos concedidos pelos governos de certas nações aos interessados em residirem nelas permanentemente, mas desde que estejam dispostos a investir alto para isso.
Portugal, por exemplo, se tornou um destino favorito de muitos brasileiros mais abastados e descontentes com os rumos de seu país, e os recebe de braços abertos sempre que eles investem em imóveis por lá cujo preço de venda começa nos € 500 mil (R$ 3,19 milhões). Do ponto de vista dos anfitriões, a ideia é atrair apenas novos moradores estrangeiros que não somente tenham condições de se manter sem “roubar” os empregos dos “originais de fábrica” – razão pela qual os aposentados são o público-alvo deles – mas de quebra ainda gastem seus altos vencimentos em suas terras.
Mas isso era na época da vida sem o novo coronavírus, o que explica o fato de que ultimamente os “golden visas” estão sendo disputados por milionários do mundo inteiro chateados com os bloqueios de entrada para visitantes que vários países decretaram no últimos meses como medida de contenção da doença. E como pra tudo existe um jeitinho, principalmente quando dinheiro não é problema, muitos turistas milionários que não estão nem um pouco a fim de perder o verão no hemisfério norte por causa da atual crise sanitária estão recorrendo à autorização especial.
Por causa dos baixos índices de contaminação da Covid-19 em sua população, paraísos caribenhos como Dominica e St. Lucia não estão entre os bloqueados citados acima, e por consequência seus habitantes podem ir e voltar por aí à vontade. E para se tornar um deles, basta desembolsar algo em torno de US$ 100 mil (R$ 540,2 mil) por um “golden visa” local, cuja “venda” em ambos os casos aumentou consideravelmente nos últimos meses. Antes que perguntem, o “golden visa” mais caro de todos é aquele emitido em nome da rainha Elizabeth II: o que dá a seu portador o direito de morar no Reino Unido em troca de US$ 2,6 milhões (R$ 14 milhões). (Por Anderson Antunes)
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