Didi Wagner integra um grupo seleto de apresentadores que comanda o mesmo programa há mais de dez anos, o que considera “um feito e tanto”. Com seu “Lugar Incomum”, exibido pelo Multishow, ela já viajou por dezenas de países e lugares desbravando sempre a cultura local com seu olhar diferenciado. Nessa segunda-feira, às 18h, o programa estreou nova temporada e o destino da vez é a República Tcheca, um país relativamente pequeno visitado por Didi e sua equipe. “Visitamos mais de dez cidades. Foi um roteiro intenso e corrido, mas muito proveitoso”, contou ao Glamurama.
Dentre as aventuras desta temporada, a apresentadora destaca os passeios pelas águas termais das fontes de Karlovy Vary, o imperdível spa de cerveja Pilsen, onde entrou em uma banheira com a bebida para tratar a pele, e cidades medievais. Para conferir em primeira mão as dicas de Didi e ter uma boa ideia de como será esta temporada do programa, além da nova fase como youtuber com o canal “No Didivã”, confira nosso papo com a apresentadora.
Glamurama: O que podemos esperar dessa temporada de ‘Lugar Incomum’ pela República Tcheca?
Didi Wagner: “O trunfo do programa é mostrar que a República Tcheca vai além de Praga, que é muito bonita e cheia de histórias e lugares pra visitar. O país também tem muitas curiosidades e pontos interessantes para serem visitados.
Glamurama: Quais suas impressões do lugar?
Dida Wagner: “Já tinha ido pra lá há doze anos e senti que o país mudou bastante. Na época dava a sensação de que ainda estavam entendendo o mundo capitalista. Hoje já estão mais adaptados ao conceito com todos os males e benefícios que isso traz. Fiquei surpresa porque visitei cidades medievais e Patrimônios da Humanidade da UNESCO que não sabia que existiam ali. Também é um local excêntrico. Primeiro foram uma monarquia e só depois passaram a viver sob regime comunista repressor, até que veio o capitalismo. Dá pra ver alguns resquícios dessa história comunista nas construções mais austeras (principalmente em Praga) e tem uma coisa da cultura local mesmo, de um povo que agora está se sentindo um pouco mais livre, depois de viver na pele a censura de um comunismo levado a sério, que por outro lado proporcionou acesso à educação de boa qualidade. Uma curiosidade do país é que existe um movimento de mudança do nome de República Tcheca para apenas Tchequia, mas ainda é nítida uma dúvida nas pessoas sobre o que preferem.
Glamurama: Pra quem você recomenda o destino?
Didi Wagner: “Recomendo pra quem quer ter um gostinho de Europa com uma pitada de excentricidade. E indico ter contato com o povo local, senão vai acabar tendo uma experiência limitada.”
Glamurama: Cite um passeio imperdível.
Didi Wagner: Em Brno, a segunda maior cidade do país, vale visitar a Villa Tugendhat, projetada pelo arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe e que pertenceu a uma família judia que teve que ir embora da cidade subitamente durante a guerra. Depois a casa passou a ser propriedade comunista e transformada em uma espécie de centro de convenções que hoje é aberta para visitas. A residência ficou pronta em 1930 e é mais moderna que muito projeto atual. É preciso agendar com antecedência pelo site.”[www.tugendhat.eu]
Glamurama: Passou algum perrengue?
Didi Wagner: “A gente passou perrengue em toda viagem. Tentei aprender expressões como ‘obrigada’ e ‘bom dia’, senti que estava falando tcheco, mas ninguém me entendia. A língua é muito diferente, com uma sonoridade completamente distante de qualquer coisa que a gente está acostumado.”
Glamurama: O que achou da gastronomia local?
Didi Wagner: “A comida tcheca não agrada meu paladar por ter muita batata e carne de porco, que não como. Por ser muito frio é mais pesada. O que recomendo? Os queijos empanados, a sopa de alho, a cerveja e o licor Slivovic, além do goulash e uma sobremesa típica, uma espécie de waffer redondo e enorme chamado Kolonáda que se come em cidades de águas termais. Teremos uma matéria só sobre eles no programa.”
Glamurama: Pode nos dar um spoiler da temporada?
Didi Wagner: “A gente fez uma coisa muito engraçada! Fomos a um spa da cerveja Pilsen, onde praticamente todos os tratamentos são em torno da cerveja. Em um deles precisei entrar numa tina (espécie de banheira) cheia de lúpulo e cevada com cerveja ainda não alcoólica que faz bem pra pele.” [O tratamento custa a partir de R$ 150. Mais sobre o spa aqui.]
Glamurama: São 12 anos com o “Lugar Incomum”. O programa já tem mais temporadas confirmadas?
Didi Wagner: “Ainda estamos conversando.”
Glamurama: Quantos países já visitou na vida?
Didi Wagner: “Pouco mais de vinte, por aí.”
Glamurama: Quais são suas três cidades favoritas no mundo?
Didi Wagner: “Nova York, Tóquio e Jerusalém, mas não posso deixar de citar São Paulo, que apesar de todas as suas complicações eu tanto amo.”
Glamurama: Pensa em fazer mais guias de viagem?
Didi Wagner: “Queria fazer uma nova versão do guia de Nova York. Seria uma ótima desculpa para passar um tempo na cidade. Também tenho o projeto de fazer um guia reunindo todas as cidades que o “Lugar Incomum” já visitou, dividindo as dicas não por cidades, mas por temas diversos como comidas excêntricas e ruas mais bonitas, por exemplo.”
Glamurama: Seus amigos te alugam muito pedindo dicas de viagem?
Didi Wagner: “Sim e eu adoro. Me sinto meio guia turística. Adoro ser professorinha! (risos) É engraçado, pois as experiências são muito subjetivas. Postei há pouco no meu Instagram dica de uma das melhores experiências que já tive na vida: o espetáculo “Springsteen on Broadway” com Bruce Springsteen sozinho no palco contando sobre a vida dele e tocando músicas menos conhecidas. Algo inacreditável.”
Glamurama: Agora você tem um canal no Youtube, o “No Didivã”. Como é estar entre os youtubers?
Didi Wagner: “São linguagens tão diferentes, ainda estou me adaptando a essa nova plataforma. Minha ideia é mostrar outras vontades, conversar diferentes assuntos e compartilhar experiências e ideias com outras pessoas recebendo os mais diferentes convidados.” [O programa vai ao ar às quintas-feiras.]
Glamurama: Você acompanha os Youtuber?
Didi Wagner: Acompanho alguns como o Whindersson Nunes, que é realmente um fenômeno e muito talentoso, o Porta dos Fundos, que hoje virou algo muito maior, e a Jout Jout, que acho maravilhosa.” (Por Julia Moura)
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