Glamurama encontrou Marta, craque da seleção brasileira de futebol feminino, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na noite dessa sexta-feira, horas depois da seleção feminina de futebol perder a medalha de bronze nas Olimpíadas para o Canadá no Itaquerão. Por trás de um corpo mignon e postura tímida, é dela uma das maiores expressões de garra na Rio 2016. Isso sem citar os cinco títulos ganhos como a melhor jogadora de futebol do mundo pela FIFA. Pelos corredores do aeroporto – Marta embarcaria no voo das 19:30 para o Aeroporto Santos Dumont, no Rio -, ela carregava nas costas uma mala de mão abarrotada de coisas. Sem nenhum acompanhante, segurança ou assessor, era parada a cada passo para uma selfie e brincou: “Tirar foto comigo todo mundo quer, mas levar minha mala que é bom, nada!”. A atleta vestia legging preta, camiseta e boné, talvez numa tentativa mal sucedida de não ser reconhecida. Abaixo, nosso papo com ela.
Glamurama: Você acha que a Rio 2016 foi importante para impulsionar o futebol feminino por aqui?
Marta: “O Brasil está sediando o maior evento de esporte do mundo, então a gente teve a oportunidade de mostrar o nosso trabalho e ele foi bem aceito independente da gente ter conseguido ou não chegar ate o pódio. As pessoas apoiaram desde o primeiro momento porque foi um trabalho sério. A gente tá vindo de quase dois anos de trabalho juntos e esse nível de futebol que a gente mostrou durante os Jogos foi muito alto pra o que a gente tem no Brasil.”
Glamurama: Como vocês se prepararam para os jogos?
Marta: “No Brasil a gente não tem esses campeonatos de alto nível onde as atletas podem se preparar a altura pra uma seleção. E aí veio a ideia de fazer uma seleção permanente. Então são quase dois anos treinando juntas, jogando amistosos… Por conta do calendário internacional do meu clube, sempre que podia eu tava aqui. Mas valeu muito a pena, principalmente pelo fato das pessoas terem abraçado realmente a nossa equipe.”
Glamurama: E o que você vai levar dessas Olimpíadas?
Marta: “Em todo lugar que estivemos, fomos recebidas de braços abertos e com estádios lotados – com uma média maior do que o masculino. Então, acho que isso sem dúvida é o nosso maior prêmio dessas Olimpíadas.”
Glamurama: Ver vocês com tanta garra lutando pelo título de um esporte ainda predominantemente masculino no Brasil, foi muito inspirador.
Marta: “É, e a gente precisa disso, desse apoio, porque pra quem não conhece o futebol feminino, a gente vem trabalhando há muitos anos. Há muitos anos mesmo. E a nossa oportunidade de mostrar para o Brasil inteiro foi nessas Olimpíadas. E eles gostaram do que eles viram. A gente fica triste, óbvio que um atleta de alto nível quer sempre competir, quer sempre estar na final e ganhar títulos, mas acho que o maior título pra gente foi o carinho das pessoas.”
Marta volta dentro de poucos dias para a Suécia. “Tenho a final da copa da Suécia no dia 28. Então, dia 25, 26 estourando, tenho que voltar para treinar lá.” Ah! E as Olimpíadas ainda não acabaram para ela: “Devo ir ver o Brasil [seleção masculina]amanhã.” (Por Julia Moura)
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