Que Lázaro Ramos é ligado no 220V não é novidade. Entra ano, sai ano, e ele tá sempre envolvido em algum projeto bacana, seja para TV, cinema ou teatro. No momento, o ator está rodando as últimas cenas de “Silêncio da Chuva”, filme inspirado no primeiro romance policial do escritor Luiz Alfredo Garcia-Roza, com direção de Daniel Filho.
O longa conta a saga do detetive Espinosa (Lázaro Ramos) e da policial Daia (Thalita Carauta) para solucionar o mistério que envolve a morte do executivo Ricardo (Guilherme Fontes), que é encontrado baleado no volante de seu carro, no bairro da Urca, no Rio de Janeiro. A primeira atitude da dupla é procurar pela viúva, Bia (Cláudia Abreu). Tudo se complica quando acontece outro assassinato e pessoas envolvidas no caso começam a sumir.
Conversamos com Lázaro sobre o filme, sobre a nova temporada de ‘Espelho’ – a 14ª de seu programa de entrevistas que vai ao ar pelo Canal Brasil -, sobre o Rio de Janeiro e sobre um certo projeto para o público infantil. Ao papo!
Glamurama: Como foi interpretar um personagem icônico da literatura recente, como o detetive Espinosa em “Silêncio da Chuva”?
Lázaro Ramos: É um desafio interpretar esse personagem, mas ao mesmo tempo libertador, porque o próprio Garcia-Roza permite que cada um de nós participemos da criação desse homem. Algumas características dele como o gosto do livro e a profissão, se mantém. Mas assim como o autor faz no livro, a gente criou o nosso Espinosa, que é um Espinosa que estava muito na cabeça do Daniel Filho e na vontade de trazer esse personagem para os tempos de hoje, ressignificar a função dele no mundo e a relação dele com os casos investigativos.
Glamurama: Você chegou a ler os livros de Luiz Alfredo Garcia-Roza?
LR: Li “O Silêncio da Chuva” em 2012, quando Daniel me convidou pra fazer esse filme. Ele me chamou quando o entrevistei no programa “Espelho” e me fez dois convites: para fazer “Roque Santeiro” no cinema e para o “Silêncio da Chuva”. Comprei o livro imediatamente e acabou que o tempo passou e achei que não fosse acontecer. Até que, no fim do ano passado, ele me lembrou do convite e começamos a filmar. Os livros do Espinosa são muito bons e é um gênero de filme que não tinha feito até então. Baseado na obra dele, acho que tem um valor especial.
Glamurama: Como foi a construção do personagem, adaptado para a atual realidade carioca?
LR: Veio através do estímulo dado pelo Daniel, do desejo de fazer um filme onde as mulheres ocupem um papel diferente da obra literária, de trabalhar com esse elenco… Aliás, isso foi muito importante porque de cada ator com quem contracenei surgiram novas parcerias, como por exemplo a Thalita Carauta que eu já admirava antes e agora não quero que saia da minha vida. Todas as relações foram muito produtivas e criativas.
Glamurama: O filme se passa em um Rio de Janeiro sombrio… Como tem lidado com a atual realidade da cidade?
LR: Me relaciono com a cidade tentando ocupá-la o máximo possível apesar das preocupações que todos nós temos ao colocar os pés pra fora de casa. Acho que a ocupação e a circulação é importante pra fazer a cidade viva e retomar a esperança nela. Lamento porque acho que o Rio merece ser muito melhor cuidado. O Rio me acolheu há tanto tempo e hoje é o meu lar. Tenho um carinho do mesmo tamanho que tenho pela minha cidade de nascimento, que é Salvador.
Glamurama: Adiante pra gente seus projetos para 2019.
LR: Além da nova temporada de “Espelho” que está vindo aí com várias entrevistas bacanas, tô super empolgado com o filme e em breve vou anunciar mais coisas pro cinema. Tenho também mais um projeto infantil em andamento que logo, logo conto pro Glamurama.