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Ingrid Silva || Divulgação
Ingrid Silva || Créditos: Angela Zaremba

Ingrid Silva, carioca de Benfica, primeira bailarina do Dance Theatre of Harlem, é um dos grandes orgulhos do país no exterior. Há anos nos representando no universo do balé clássico, ela, que vive nos Estados Unidos desde 2008, aproveitou sua posição de destaque à frente a companhia de dança americana para criar movimentos de inclusão e representatividade. Até porque, nunca se sentiu representada nesse universo.

Primeiro lançou a EmpowHer New York, ferramenta que oferece um ambiente seguro para troca de ideias entre mulheres. Agora, ela se uniu aos amigos, também bailarinos, Fábio Mariano e Ruan Galdino para fundar o @BlacksinBallet, plataforma social digital que chegou para dar mais oportunidades a bailarinos de diferentes etnias do mundo todo. Em conversa com o Glamurama, diretamente de Nova York, Ingrid contou sobre seus projetos para o Glamurama, sobre representatividade e empoderamento feminino.

Glamurama: Você idealizou a Empowher New York e agora, junto com Fábio Mariano e Ruan Galdino, o Blacks in Ballet. Conta um pouco sobre esses dois projetos.
Ingrid Silva: O Empowher New York já existe há três anos. É uma plataforma global para mulheres que visa o empoderamento feminino, a discussão onde a mulher se sente segura. As pessoas falam: ‘vou dar voz à mulher’. Não, cada uma tem a sua voz. A gente só precisa de veículos que nos escutem e nos ajudem a nos conectar com o outro. Então, o EmpowHer New York veio para isso e tive varias experiências familiares, com tias, mães, amigas, com vários tipos de histórias. Sempre achei que era muito importante criar um espaço em que nos sentíssemos seguras, em que inspirássemos umas às outras, em que tivéssemos oportunidades.
Já o Blacks in Ballet acabou de nascer. Há um ano venho fazendo uma pesquisa interna procurando bailarinos brasileiros clássicos.  Aí a gente resolveu criar uma plataforma, a primeira plataforma online que traz visibilidade para bailarinos clássicos globalmente, de varias etnias e lugares. Falamos sobre presente, passado e futuro, e discutimos vários tópicos. Essa plataforma está se sobressaindo bastante, temos um grande apoio dos profissionais de dança e temos uma grande demanda. Nosso intuito é criar cursos de verão, bolsas de estudo, para que essas pessoas tenham oportunidades em outros países, de irem para outros lugares aperfeiçoarem seus trabalhos.

G: É muito difícil para alguém que vem de uma comunidade carioca, como você, seguir carreira de bailarina?

IS: Não acho que seja difícil, porque hoje em dia existem mais de 100 instituições que oferecem o mesmo tipo trabalho que o projeto Dançando para Não Dançar. Por exemplo, o Dançando não oferece só aulas de balé. Também tem médico, dentista, atividades para os pais, para as crianças, aulas de informática. Mas alguns projetos são focados só no balé, o que é magnífico, porque se trata de uma atividade muito cara e se você não tem uma oportunidade dessas, fica difícil ir adiante.

G: E a questão da representatividade negra no balé clássico? 

IS: A representatividade no balé é quase que inexistente. Quando comecei não tive nenhuma referência de alguém que se parecesse comigo, uma bailarina negra que fosse profissional em uma companhia de dança profissional. Isso a gente está falando de 24 anos atrás.  Quando vim para o Dance Theatre of Harlem foi a primeira vez que questionei a diversidade e a representatividade no meu ambiente de trabalho.

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