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Oiiii! Alguns de vocês me acompanham já faz algum tempo no Instagram e adoro nossas interações. Fico feliz em saber que vocês tem curiosidades sobre meu lifestyle meio maluco, meio high-low, algo entre a “padoca” e o “rock’n roll”, de Avaré no interior paulista a St. Tropez na França.

E nesses tempos de pandemia, tenho sentido que a comunicação entre nós se tornou mais importante do que nunca. Uma troca constante. Somos todos tão únicos e diversos, que dividir experiências é imprescindível nos dias de hoje. Então, aqui estou, a convite do Glamurama, para fazer exatamente isso: falar sobre o que tenho visto por aí.

Vamos começar falando de Ibiza, onde estou agora, no meio desta loucura que é o ‘novo normal’? O “novo normal” não é normal, ou pelo menos, não passa essa sensação. Depois de quase 150 dias de confinamento, afastada do convívio social, decidi vir para a Espanha porque meu namorado é espanhol e passa metade do ano aqui, trabalhando. Então lá fui eu, de máscara N95, paninhos umedecidos com álcool gel, luvas, óculos e muita ansiedade. Fiz uma mala pequena, o que, para mim, não é nada normal, e o estranhamento já começou ao chegar no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Vazio e incrivelmente silencioso. Há uma clara tensão no ar.

No avião, higienizei meu banco com spray de Lysoform e quase não fiz contato “olho no olho” com ninguém. O serviço de bordo foi normal, teve jantar e café da manhã. Não comi, nem bebi. Dormi o tempo todo, assim como a maioria das pessoas no voo lotado de estrangeiros e brasileiros com vistos especiais de trabalho ou exceção. Tive que preencher um formulário, onde dei informações do tipo: meus meios de comunicação (email, celular, etc), meu endereço na Europa, se tive contato com alguém que tenha dado positivo para Covid nos últimos 14 dias, se tive algum sintoma, enfim…

A chegada foi bem mais tranquila do que eu esperava, sem filas na imigração ou na esteira de bagagens. Todos muito simpáticos, porém apreensivos. O “novo normal” da Europa não é o normal que conheci quando vivi quatro anos por aqui. Ruas cheias em Madri, mas lojas vazias. Restaurantes com mesas lotadas, mas um distanciamento incomum. Estão retomando a vida, agora com máscaras, e sem aquele afeto espanhol. Nada de beijos e abraços, nem cumprimentos. Fiquei uns três dias em Madri, e depois de conversar com algumas amigas da faculdade, que moram em cidades da Europa, vim para Ibiza. Elas me disseram que a maioria das praias por aqui já estavam praticamente “normais”, e que seria super tranquilo. E me surpreendi!

De modo geral, está praticamente tudo “normal”, mas, nos detalhes percebi agrandes mudanças… Por exemplo, ao entrar no avião da Air Europa, estavam dando máscaras e ‘wipes’ para todo mundo, e na hora do desembarque, os passageiros saíam de três em três, uma fila por vez.

Ao chegar em Ibiza, confirmei que todas as baladas estavam mesmo fechadas, e que este ano não fariam festas – diferente de outros “summer destinations” na Europa, onde as festas estão “bombando”! É tudo à distância. O verão europeu está de volta, as pessoas estão arriscando sair na rua e fingir que o pior já passou. Mas falta o som, o barulho urbano, a festa, a música, a balada. Parecemos todos alunos de uma escola seguindo um horário de entrada e saída, cheios de códigos de disciplina.

Ibiza é uma ilha cuja economia depende muito do turismo, e grande parte desse turismo, é o turismo de festas – tanto que quando você sai do aeroporto, a primeira coisa que vê são os “outdoors” com todas as propagandas das festas da ilha.

Ao longo dos dias, notei que o porto, as praias, os beach clubs, restaurantes e afins estavam bem lotados (tanto em Ibiza quanto de Formentera – ilha próxima a Ibiza onde passamos o dia), mas achei super interessante que a maioria dos grupos eram famílias, crianças e/ou jovens com os pais (alguns até com cachorrinhos, hahaha). Com certeza a grande maioria das pessoas são europeias, vi poucos americanos e praticamente nenhum brasileiro. Ah, todo mundo de máscara! Só pode tirar na hora de comer ou beber, sentados nas mesas.

É claro que tem também uma galera mais animada – principalmente em barcos, e provavelmente em ‘villas’ privadas. Porém, no Blue Marlin – um beach club aqui da ilha que normalmente é super animado -, cada grupo está restrito a área de sua mesa, as pistas de dança não estão abertas e o som não bomba. No entanto, demos uma passada no Experimental Beach para ver o pôr do sol e nos deparamos com um mar de gente! Fiquei chocada, fazia tempo que não via tanta gente junta. Foi um “bittersweet feeling”, sabe? Mas, mesmo em lugares com mais aglomeração, a policia está sempre presente, monitorando tudo.

Em relação às lojas do centrinho, percebi que as coleções são as mesmas do ano passado (é claro… não acho que tenha dado tempo de repor, né?) e a maioria das peças estavam “on sale” (com ótimos descontos) ou com preços bem mais “justos”.

De qualquer maneira, o mar nunca me pareceu tão azul, o ar tão puro e os aromas tão agradáveis. O sol europeu continua a me encantar, e cada vez mais aguardo a retomada daquele normal que conheci, com mais apreço pela vida e pelos prazeres antes desapercebidos.

Beijo enorme e até a próxima. (Cesca Civita é integrante da Geração Z, criadora de conteúdo digital, formada em Global Marketing Management pela Regents University de Londres, cidadã do mundo e apreciadora do inédito)

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